ATENTE-SE AO GOLPE

Inspetor de alunos é vítima de falso cafetão do PCC

Por Fábio Estevam | Polícia
| Tempo de leitura: 3 min
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Mensagens e vídeos ameaçadores foram enviados para a vírima
Mensagens e vídeos ameaçadores foram enviados para a vírima

Um inspetor escolar de Campo Limpo Paulista foi alvo de tentativa de golpe e extorsão por parte de um falso cafetão da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). O golpista fez ameaças de matar o inspetor e toda sua família, caso ele não pagasse R$ 1300, referentes a tentativa de contratação de prostitutas em uma plataforma especializada. Apesar de a vítima nunca ter acessado sites do segmento e sabe se tratar de um golpe, chegou a ficar com medo, acreditando que os criminosos tivessem confundindo ele com outra pessoa. Os bandidos chegaram a enviar um vídeo em que aparecem mãos segurando metralhadoras, dentro de um carro, 'a caminho' da casa da vítima.

O inspetor L.M, de 44 anos, recebeu mensagens de um suposto integrante do PCC, alegando que as prostitutas que atendem por meio de uma plataforma na internet, pertenciam à facção. Em suas falas, registradas por meio de áudios e mensagens escritas, ele alega que a vítima vinha abrindo procedimentos na plataforma para contratar as garotas, e que sempre desistia, deixando de finalizar o atendimento, fazendo com que uma das garotas fosse dispensada pela plataforma, gerando prejuízo de R$ 1300. "Qual a sua intenção, prejudicar a garota ou 'nóis' do Comando? Solta a voz L.M. Ta negando voz ou virando as costas? 'Nóis' não vai te ajudar não irmão", escreveu o golpista.

A vítima tentou explicar. "Não fui eu não, como te falei, eu trabalho o dia inteiro e nem em site assim eu entro. Se aconteceu, alguém fez para me prejudicar".

O malandro, por sua vez, retrucou: "não vem com essa não irmão, temos todos seus acessos na plataforma. Tô aqui pra tentar resolver da melhor forma. Se não for possível pagar, vai ser 'na ruim', a escolha é sua. No prejuízo não vamos ficar e todo mundo da sua família vai ser cobrado".

O inspetor, que estava viajando a trabalho (para um freelance em outra área), explica que quer resolver, mas que precisa de tempo. "Vamos resolver, mas estou viajando a trabalho e não quero prejudicar ninguém, mas também não quero ser prejudicado".

O golpista, sentindo que pode estar perto de conseguir o dinheiro, envia uma série de mensagens escritas e por áudio, ainda mais ameaçadoras, e também um vídeo em que aparecem as mãos de algumas pessoas, em um carro, segurando metralhadoras. "Depois não, irmão. É hoje xará. Preciso botar a garota na atividade de novo. Cada hora que passa aumenta o prejuízo. Vai virar uma bola de neve e você não vai conseguir pagar. Então faz seu corre, dá seus pulos pra zerar o problema. Pede pra sua mãe emprestado, pede no APP do banco, mas zera o problema".

"Das duas, uma; você paga, eu confirmo com o quadro disciplinar se pagamento e tiro seu nome da cobrança. Ou já fala que não vai pagar. Tua dívida não é mais com a garota, e sim com o comando. Tô aqui pra resolver com você ou sua mãe. Então o papo é reto, vou te mandar a chave, você paga o prejuízo e me manda o comprovante, certo pelo certo. Boto a garota de novo na atividade e zeramos o problema".

A vítima bloqueou o criminoso, que não muito tempo depois, enviou novas mensagens, usando outro número, enviando um vídeo dizendo que estavam a caminho da casa dele, para matar a família toda, lhe dando uma última chance de pagar.

Desconfiado, o inspetor procurou na internet por golpes parecidos e encontrou matérias jornalistas em que a forma de atuação dos bandidos era muito semelhante. "Foi o que me tranquilizou. Mas a minha mãe, a quem eu havia contado o que estava acontecendo, ficou com muito medo. Inicialmente também fiquei com medo porque poderiam estar me confundindo com alguém. Me disseram que estavam vindo até minha casa e que todos iriam morrer", disse a vítima, em entrevista ao Jornal de Jundiaí.

O inspetor de alunos ainda não registrou o Boletim de Ocorrência, o que deve fazer nas próximas horas.

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