A morte do adolescente Allan Teixeira da Silva Barbará, de 15 anos, registrada inicialmente como resultado de uma possível overdose, gerou forte comoção e revolta entre familiares e amigos.
A família contesta a versão oficial apresentada em boletim e afirma possuir imagens que mostram o jovem sendo brutalmente espancado por dois indivíduos, um homem e uma mulher.
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A mãe do adolescente, Rose Lima, usou as redes sociais para pedir ajuda e denunciar o caso. “Colocaram no boletim que meu filho morreu de overdose, mas temos imagens e filmagem de que ele foi espancado. A polícia está tentando inverter a história”, escreveu. Segundo ela, as imagens mostram com clareza os agressores golpeando Allan.
A versão também foi reforçada por amigos e familiares próximos, que acusam as autoridades de tentarem encobrir a violência. Em publicações emocionadas, eles pedem justiça e esclarecimento dos fatos. “Você morreu espancado, e não de overdose”, escreveu uma amiga do jovem.
O velório de Allan ocorre nesta sexta-feira (25), às 20h, na sala V da Urbam (Urbanizadora Municipal), em São José dos Campos. O sepultamento está marcado para sábado (26), às 10h30, no Cemitério Municipal Colônia Paraíso.
O caso foi registrado pela Polícia Civil como morte suspeita e segue sob investigação.
O caso.
Allan foi encontrado morto na manhã desta sexta-feira (25), em uma garagem residencial localizada na Estrada Dom José Antônio do Couto, no bairro Campos de São José, na zona sudeste de São José dos Campos.
De acordo com o boletim de ocorrência, a Polícia Militar foi acionada por volta das 5h para atender a uma solicitação de perícia no local onde um jovem havia sido encontrado morto. Ao lado da vítima havia um cachimbo artesanal, semelhante aos utilizados para o consumo de entorpecentes, como crack. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) compareceu ao endereço e constatou o óbito.
Segundo os autos, a perícia inicial encontrou escoriações na face da vítima, mas nenhum sinal claro e imediato de violência fatal, como ferimentos profundos ou lesões internas aparentes. Os peritos informaram que não foi possível, até o momento, afirmar que se trata de um homicídio, sendo necessária a conclusão de exames necroscópico e toxicológico para confirmar a causa da morte.
Durante a perícia, um par de tênis e dois frascos contendo substâncias líquidas foram localizados próximos ao corpo e encaminhados para análise pericial. O local foi preservado pelos policiais militares até a chegada das equipes da Polícia Civil e da perícia. Embora o boletim de ocorrência registre a morte como suspeita, testemunhas relataram à polícia a possibilidade do jovem ter sido espancado antes de morrer.
A Polícia Civil informou que aguardará os laudos do IML (Instituto Médico Legal) antes de se pronunciar oficialmente sobre a causa da morte. A delegacia do 6º DP (Distrito Policial) é responsável pela condução do inquérito.
Após diligências realizadas ao longo da manhã, um homem suspeito de envolvimento na agressão foi preso. A identidade do preso ainda não foi divulgada oficialmente, e a prisão ocorreu em contexto separado da perícia, mas relacionado à apuração dos fatos envolvendo a morte do adolescente. A motivação do crime e a relação entre o suspeito e a vítima ainda não foram esclarecidas pelas autoridades.