Você já se sentiu sozinho mesmo estando rodeado de pessoas? Esse sentimento é mais comum do que se imagina. E ele não tem a ver apenas com estar ou não acompanhado, mas com a qualidade das conexões que mantemos.
A solidão pode afetar o sono; a memória; o apetite; a pressão arterial e, principalmente, a saúde emocional.
Mas a boa notícia é que isso pode ser prevenido e revertido. E tudo começa com um passo: a vontade de se reconectar.
Você sabia que pessoas com laços sociais fortes vivem mais e têm menos problemas de saúde? Isso é porque o ser humano foi feito para viver em comunidade. E não importa a idade: o cérebro e o coração precisam de afeto, escuta e pertencimento.
Muitas vezes, a solidão não se manifesta com palavras. Ela se esconde nos pequenos gestos, nos olhares vazios, na ausência de vontade de sair de casa ou de conversar. É um silêncio que grita por dentro.
É importante lembrar: solidão não é frescura, nem falta do que fazer. É uma condição emocional que precisa de atenção, cuidado e, sobretudo, de afeto.
Se você se identificou com algum desses sinais, ou conhece alguém que os apresente, isso já é um passo importante. Reconhecer é o primeiro passo para transformar.
Você não precisa enfrentar a solidão sozinho. Muitas vezes, há oportunidades de convívio e acolhimento bem perto da sua casa, mas que passam despercebidas.
A internet, quando usada com sabedoria, pode ser uma ponte entre gerações, famílias e amizades. Aplicativos como WhatsApp, Facebook, Instagram, Zoom e YouTube estão cada vez mais acessíveis, com recursos para pessoas com baixa visão ou dificuldade motora. Muitos idosos aprenderam a fazer videochamadas com os netos, assistir aulas, ouvir músicas antigas e até namorar on-line! A tecnologia, quando bem usada, conecta e empodera.
Você sabia que fazer uma caminhada, dançar ou até alongar os braços e pernas diariamente libera substâncias no cérebro que aumentam a sensação de prazer e bem-estar?
Todos nós precisamos ser ouvidos. A escuta sincera, sem pressa e sem julgamento, é uma forma profunda de cuidar. Na terceira idade, ser escutado é ser valorizado.
Envelhecer é um privilégio. Mas, para que seja uma experiência plena, é preciso que seja também compartilhada. Não fomos feitos para viver sozinhos. A saúde da mente e do coração depende dos laços que cultivamos ao longo da vida — e que podemos construir a qualquer momento.
Edvaldo de Toledo é empresário, enfermeiro, especialista em Gerontologia e Geriatria, Apresentador do IssoPodAjudar, Criador da Cuidare e Diretor de Saúde do Município de Pedra Bela (@edvaldo.toledo)