Na vida, em todas as dimensões, as pessoas e instituições, ao perceberem as tortuosidades dos caminhos que estão percorrendo, prudentemente, mudam de direção, corrigem as rotas e procuram alternativas que busquem o equilíbrio em seus posicionamentos, para novas condições e melhores oportunidades.
Em se tratando de País, é preciso ter presente, não um olhar para o aqui e o agora, mas necessariamente, o amanhã, no médio e longo prazos.
O mundo agiu exatamente dessa forma, após a Segunda Guerra Mundial, quando criou instituições como o FMI – Fundo Monetário Internacional, o BIRD – Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento – Banco Mundial, o BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, a ONU – Organização das Nações Unidas, a OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte, a OMC – Organização Mundial de Comércio e, contemporaneamente e posteriormente, os Blocos Econômicos de Livre Comércio.
O Brasil, diferentemente, do que a história mundial nos revela, em grande parte nos apresenta, teima em prosseguir, ao longo de muitos anos, enveredando por caminhos tortuosos, que nos impedem de alcançar os mais elementares e imprescindíveis fundamentos para melhorar o futuro do nosso País. Como consequência, não conseguimos fazer crescer a nossa economia, em níveis desejáveis e sustentavelmente; não conseguimos reduzir sensivelmente a pobreza; não conseguimos melhorar a educação e a saúde pública.
O saneamento básico, não obstante, a iniciativa correta do Marco do Saneamento Básico, de 2020, ainda temos grandes deficiências no setor. A infraestrutura logística vem melhorando numa velocidade aquém da necessária para o momento presente, com a proeza do Agronegócio e o futuro do Brasil.
Cabe, portanto, nos perguntarmos o que precisamos corrigir em nosso País? Algumas questões relevantes estão presentes na vida e no imaginário da população brasileira. Vejamos : A estrutura federativa é extremamente grande e insuportável em nosso País, com municípios, muitos deles com uma população inferior a 5.000 habitantes. Estados desestruturados com suas infraestruturas e a União politicamente incorreta. Quase todos superlotados de pessoas em suas estruturas funcionais, além das empresas estatais com grande parte dos membros dos Conselhos de Administração, inapropriados.
Nas eleições, nós eleitores elegemos presidentes populistas para conduzir o País. Suas ações estão concentradas, prioritariamente, com o olhar voltado para a reeleição, com gastos exorbitantes, que elevam continuamente a dívida interna do País a níveis insuportáveis, na proporção do PIB – Produto Interno Bruto. A cada ano que passa, a dívida aumenta e os déficits primários (receitas menos as despesas, fora os juros) vão se materializando o estrangulamento na Gestão Pública.
Ao contrário do que vem acontecendo, com o aumento do número de deputados federais, o País necessita do enxugamento no Congresso Nacional. São caminhos possíveis e necessários para estancar o endividamento público, porém, não concebíveis para os hóspedes do Executivo e parte do Congresso Nacional.
Messias Mercadante de Castro é professor de economia, membro do Conselho de Administração da DAE S/A e Consultor de Empresas (messiasmercadante@terra.com.br)