O preço dos ovos, que em fevereiro registrava alta de mais de 40% em diversas regiões do país, chegando às gôndolas do mercado por até R$ 20 a cartela com 20 ovos, tem tido queda gradativa nos últimos dias, o que tem deixado o consumidor mais aliviado e pode impulsionar as vendas. Em maio, por exemplo, já foram registradas quedas de mais de 10% com as médias mensais nos menores patamares desde janeiro.
Segundo levantamento parcial do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), órgão ligado à Escola Superior de Agricultura 'Luiz de Queiroz' (Esalq/SP), em junho, o preço atingiu o menor patamar diário nas principais regiões produtoras no Brasil. Bom para o fornecedor, comerciante e consumidor.
O educador físico e atleta de powerlifiting, Maurício Marques, de 47 anos, teve que mudar a rotina na alimentação quando viu o preço dos ovos disparar. Consumindo quase 340 ovos por mês, cerca de 12 ovos por dia, teve que reduzir pela metade.
"Eu comprava os ovos de um senhor que passava na rua de casa. Pagava R$ 20 a caixa com 30 ovos, mas com o aumento cheguei a pagar quase R$ 30. Tive que diminuir um pouco da quantidade, mas sem deixar de consumir, já que faz parte da minha dieta", conta Marques.

O educador físico Mauricio Marques consome cerca de 340 ovos por mês
Repasse
Em Jundiaí, os fornecedores têm aguardado com ansiedade a baixas mais efetivas para acelerar as vendas. O proprietário de uma distribuidora de ovos na Vila Ana, Samuel de Oliveira, está otimista com a queda nos preços, mas espera que os descontos sejam maiores, até para conseguir, de fato, repassar para o consumidor. “A alta recorde no preço fez com que o consumidor recuasse um pouco e por isso tivemos que segurar o aumento para não repassar ao consumidor. O nosso público é voltado para comerciantes, mini mercados e até o consumidor final, porém, acredito que é preciso mais descontos para voltarmos a um patamar importante nas vendas.”

Samuel de Oliveira, dono de uma distribuidoras de ovos, já espera pelo aumento nas vendas
Há 47 anos como feirante em Jundiaí, Vilma Sakai diz que o setor de feiras livres tem um público específico, ou seja, que prioriza a qualidade e o atendimento, mas não foram poupados da alta no preço das cartelas, tanto para o ovo branco quanto o caipira. O repasse ao consumidor foi feito apenas quando não conseguiu 'segurar' os preços.
"O cliente habitual não estranhou muito, mesmo assim, repassei o aumento realmente quando não tinha mais jeito. Quem realmente estranhou é quem compra nos mercados e nos vendedores de rua. Como a redução tem sido gradativa, vamos esperar para ver se realmente teremos uma diminuição significativa para todos."
Entre os dias 16 e 26 de junho, a cotação dos ovos vermelhos caiu mais de 10,6% no atacado na região produtora de Santa Maria de Jetibá (ES), passando de R$ 207 para R$ 185 a caixa com 30 dúzias. No início do ano, em fevereiro, o produto custava R$ 276.
Na Grande São Paulo, a valor dos ovos brancos diminuiu de R$ 179 para R$ 164 em dez dias, queda de 7,3%. Já os vermelhos, recuaram de R$ 199,95 para R$ 182 entre os dias 16 e 26 de junho.