
Para esta quinta-feira (29), é esperada uma queda brusca na temperatura em Jundiaí. Com a mudança, alguns cuidados devem ser tomados pela população para evitar que haja problemas à saúde. Pneumologista do Hospital São Vicente de Paulo (HSV), Eduardo Leme orienta sobre como a população pode prevenir problemas relacionados ao frio.
Como a mudança deve acontecer de um dia para o outro, Eduardo diz que é importante se atentar ao choque térmico, quando o corpo passa de forma muito rápida de um ambiente quente para um frio, ou vice-versa. "Isso pode facilitar o risco de crises respiratórias, como gripes e resfriados. Embora a mudança de temperatura seja inevitável em alguns momentos, é possível sim preparar o corpo para enfrentar melhor esses contrastes. Uma dica importante é evitar sair de ambientes aquecidos direto para o frio intenso sem uma adaptação. Se possível, fique alguns minutos em um ambiente intermediário, para que o corpo vá se acostumando à mudança. Manter-se bem agasalhado é essencial, especialmente protegendo as extremidades — como pescoço, cabeça, pés e mãos. Usar cachecol e touca, por exemplo, ajuda bastante a reduzir o impacto do ar frio nas vias respiratórias.”
Essa atenção deve ser redobrada em grupos mais vulneráveis. "Todo cuidado é pouco, especialmente com as pessoas mais vulneráveis, como crianças pequenas — principalmente entre 1 e 2 anos de idade — e, ainda mais, os idosos. Essas faixas etárias têm uma menor capacidade de resistência às variações do clima e aos efeitos do tempo seco. No caso dos idosos, há um agravante: com o passar dos anos, o organismo vai perdendo a sensibilidade para o mecanismo da sede. Ou seja, mesmo quando estão desidratados, muitos idosos não sentem vontade de beber água. Isso aumenta o risco de complicações respiratórias, infecções e até quedas de pressão", diz o médico, reiterando que pessoas próximas devem incentivar o consumo de líquido.
Vírus em circulação
Em Jundiaí, os últimos dias tiveram considerável aumento no número de pessoas dom Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Para evitar ainda mais pessoas doentes, o pneumologista lembra de um importante passo na prevenção. "A vacinação pode ajudar muito a reduzir os casos de síndrome respiratória, principalmente entre os idosos. A vacina da gripe e a vacina contra pneumonia, voltada especialmente para essa faixa etária, são fundamentais na prevenção. Cada pessoa que é vacinada tem menos chance de pegar uma virose — e, com isso, também reduz a chance de transmitir para os outros. Ou seja, quanto mais gente vacinada, menos pessoas adoecem. É uma relação proporcional que beneficia toda a sociedade. Cuidar da saúde é um gesto coletivo."
Outra observação é relacionada à baixa umidade do ar, que além de ser nociva por si, também propicia a concentração maior de poluentes no ar. "A poluição se torna ainda mais prejudicial quando o tempo está seco. Isso porque, com a baixa umidade do ar, nossas vias respiratórias — tanto as superiores, como o nariz, causando rinite e sinusite, quanto as inferiores, como os pulmões, levando a bronquites, asma e infecções — ficam muito mais irritadas e vulneráveis."
Para evitar essas irritações, é importante que haja hidratação constante. "É essencial se prevenir. Em períodos como esse, o ar seco desidrata nossas vias respiratórias, deixando-as menos resistentes aos poluentes e às infecções. A principal medida de proteção é manter-se bem hidratado. Beber bastante água e sucos naturais ajuda a manter as mucosas úmidas e protegidas. Outra orientação importante é evitar ambientes com alta concentração de poluentes, como nas ruas durante os horários de pico — especialmente no começo da manhã e no final da tarde, quando o trânsito é mais intenso."
Se aquecer sem perigos
Vez ou outra, quando há frio intenso, são relatados acidentes, como intoxicação ou incêndios, envolvendo alternativas de aquecimento. Eduardo Leme lembra que a segurança é fundamental. "Uma das principais orientações é evitar o uso de brasas, lareiras ou fogareiros em ambientes fechados. Esses métodos podem liberar monóxido de carbono, um gás tóxico e sem cheiro, que pode causar intoxicação grave e até levar à morte. O ideal é usar fontes seguras de aquecimento, como aquecedores elétricos certificados, sempre seguindo as orientações do fabricante. Também é importante manter o ambiente ventilado, mesmo que discretamente, para permitir a renovação do ar e evitar o acúmulo de poluentes", explica, lembrando que o ideal é também aproveitar o calor natural do sol durante o dia.