
Luana Aparecida Oliveira Nascimento, mãe de Lara Maria, de 12 anos, morta com pancadas na cabeça por Wellington Galindo de Queiroz, em março de 2022, em Campo Limpo Paulista, disse que vai recorrer da sentença de 19 anos e 9 meses de prisão imposta a ele em julgamento realizado nesta segunda-feira (12), no Fórum de Campo Limpo. "Difícil falar que a justiça foi feita. 19 anos de prisão, foi um absurdo essa resposta do judiciário. Ele já ficou preso por um ano, a progressão do regime para semiaberto vem com seis anos, ou seja, ele já cumpriu um, então em cinco anos ele estará no semiaberto. Iremos recorrer, por meio da assistência da advocacia e da promotoria".
Em entrevista ao Jornal de Jundiaí, ela também falou que está morando fora do estado de São Paulo, pois precisou se mudar por conta de ameaças que vinha sofrendo desde que Wellingon foi preso, em Foz do Iguaçu, há um ano. Luana também comentou sobre o julgamento. "O dia foi bastante tenso, eu como testemunha pude desabafar um pouco, interagir com os jurados, perante o juiz e o réu. Por diversas vezes eu pedi a ele para levantar a cabeça, porque ele estava sentado como um coitado, estava de cabeça baixa como se fosse vítima, e eu pedia para ele olhar nos meus olhos, pois os olhos dele foram as últimas coisas que minha filha viu. E pedi que se ele tivesse um pingo de dignidade e me olhar nos olhos. Mas eu não esperava isso ele e ele não olhou"
"Ali no microfone pude falar desses três anos que passei - entre o crime e o julgamento -, para que essa prisão pudesse acontecer, falei dos sonhos enterrados da Lara, mencionei que ela tinha o sonho de ser pediatra, mãe de família... Sonhos que foram enterrados com ela. Os jurados puderam ver as fotos da minha filha morta, e eu também pude. Imagens que me trouxeram consequências gravíssimas ao meu estado psicólogo, emocional e físico. Hoje tomo quatro tipos de remédios, três tarja preta, para depressão, ansiedade e crise de pânico. Nesse último ano adoeci bastante psicologicamente falando".
"Em relação à pena imposta a ele, três anos que tive que lutar, de forma cansativa, o que me trouxe de resultado a prisão dele (no Paraná) e, após a prisão dele, recebi ameaçadas e tive que largar minha casa e me mudar para outro estado".
"Foi um absurdo a resposta do judiciário (com a condenação de quase 20 anos). Ele já ficou preso por um ano, a progressão do regime para semiaberto vem com seis anos, ou seja, ele já cumpriu um, então em cinco anos ele estará no semiaberto. E se no semiaberto tiver vaga para mais um preso, o sistema vai soltá-lo. Aí ele vai assinar carteirinha. Ali no Fórum vão perguntar se ele tem residência fixa, se está trabalhando, ele assina a carteirinha e vai viver sua vida livremente, cometer outros crimes, continuar dissimulando, como fez no julgamento diante de vídeos que foram exibidos e que mostravam ele sequestrando a Lara.
Ainda sobre as investigações e lamentando, ela comentou. "A Polícia não conseguiu chegar aos dois comparsas que estavam com ele. Ele não falou quem são. Uma pena perder uma criança cheia de vida nas mãos de três psicopatas. Ele cometeu o homicídio, com ato libidinoso", disse ela.
"O delegado Rafael Diorio, que foi testemunha no julgamento e foi excelente, trouxe os dados tão bem desenhados através de suas palavras, que pudemos 'entrar na cena daquele crime' e sentir o sofrimento que ela passou nas mãos dele e dos outros dois homens. Mas pudemos saber que minha filha lutou pela vida e princípios dela, mesmo assim ela machucou um deles, tinha DNA nas unhas dela - que será usado em algum momento para chegar em outros dos criminosos."
"Difícil falar que a justiça foi feita, iremos recorrer, por meio da assistência da advocacia e da promotoria."
O assassino chegando para o julgamento, ocorrido nesta segunda-feira