ADOLESCENTE AGREDIDO

Briga entre grupos rivais matou o adolescente de 16 anos, diz avó

Por Camila Bandeira |
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução/TVTEC
Terminal Vila Arens, onde começaram as provocações entre grupos, é um ponto chave nas investigações do caso
Terminal Vila Arens, onde começaram as provocações entre grupos, é um ponto chave nas investigações do caso

O adolescente Paulo (nome fictício), de 16 anos, teve a morte confirmada neste sábado (3) após ser espancado por um grupo de adolescentes no bairro Jundiaí Mirim, em Jundiaí, no dia 28 de abril. O ataque aconteceu na semana passada e, segundo familiares, está relacionado a uma briga entre grupos rivais. A família só entendeu o que havia acontecido quando Paulo já estava internado em estado crítico no Hospital Universitário (HU).

Criado pela mãe e pela avó, Paulo era descrito como um menino prestativo e carinhoso, que ajudava nos cuidados da mãe enferma. “Era um menino maravilhoso. Começou a mudar um pouco, como qualquer adolescente, mas nunca falou sobre brigas ou problemas”, contou a avó, que não quis ser identificada.

Na segunda-feira (28), Paulo voltou para casa sem sinais evidentes de agressão. “Não tinha hematomas, a roupa estava normal. No dia seguinte, o olho dele começou a inchar e sair um líquido. Pensei que fosse uma infecção.” A avó o levou ao Pronto Atendimento da Vila Hortolândia. “Ele só dizia: ‘Vó, eu vou morrer. A dor está insuportável’.”

Ao retornar para casa, o quadro piorou. “Comprei o remédio indicado pelo médico, quando voltei, ele tinha vomitado e estava deitado. Depois teve uma convulsão e ficou inconsciente. Chamamos a ambulância e saía sangue pelos olhos.” A avó acredita que Paulo tenha sofrido morte encefálica ainda em casa. “Eu vi o desespero dos médicos do HU em salvar a vida do meu neto. Foram espetaculares. Fizeram tudo, tudo até a última batida do coração.”

O Jornal de Jundiaí procurou o Hospital Universitário, que informou por meio de nota que “o paciente foi atendido no Hospital Universitário (HU), onde recebeu toda a assistência necessária. No entanto, o hospital informa que não irá se manifestar sobre detalhes relacionados ao caso, seguindo sua política de não divulgar informações sobre pacientes.”

A avó decidiu procurar a polícia após os questionamentos feitos pelos médicos durante o atendimento no hospital. Foi nesse momento que ela começou a suspeitar de que o neto havia sido agredido. “Os médicos perguntavam se ele tinha batido a cabeça, se tinha caído. Foi aí que percebi que o Paulo tinha apanhado”, contou. A partir disso, ela decidiu registrar um boletim de ocorrência para entender o que realmente havia acontecido. Segundo relatos a avó, Paulo teria sido alvo de um grupo rival após provocações entre adolescentes no Terminal Vila Arens. Na confusão, ele acabou entrando no ônibus errado e desembarcou no Jundiaí Mirim, onde foi reconhecido e violentamente agredido por integrantes do outro grupo.

“Ouvi dizer que tem moças envolvidas nisso. É inacreditável. Esses grupos ficam se provocando, marcando encontros para brigar como se disputassem territórios. Fico muito preocupada com o futuro da juventude”, desabafa a avó.

Investigação em andamento

A Delegacia de Investigações Gerais (DIG), de Jundiaí, assumiu o caso do garoto de 16 anos, que morreu após sofrer agressões de possivelmente quatro pessoas, em Jundiaí.

As investigações, de acordo com os delegados Roberto Souza Camargo e José Ricardo Arruda Marchetti, já foram iniciadas e a polícia busca por imagens e testemunhas que possam ajudar a elucidar o crime, tratado como homicídio.

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