
O presidente do Paulista, Raphael Donadel, afirmou, em entrevista ao programa Donos da Bola, apresentado por Carlos Batista, que as negociações para a venda da SAF entre o clube e a empresa EXA Capital, do gestor Pedro Mesquita, estão caminhando bem. O mandatário ainda confirmou que há um entrave por causa das dívidas com o Banco Fator, mas reforçou otimismo em um desfecho positivo.
Questionado sobre o andamento da venda da SAF, Donadel detalhou a negociação com a Exa Capital, desde a aprovação dos associados do clube por unanimidade durante a Assembleia Geral Extraordinária realizada em novembro do ano passado, até as questões jurídicas e financeiras. "Eles [EXA Capital] assinaram a proposta vinculante que foi aprovada por unanimidade na Assembléia. E tem agora o protocolo de introdução do planejamento deles, então estão conversando com a parte das pendências jurídicas, os débitos que o Paulista tem e organizando com os credores para fazer a integralização desse capital. Ainda não foi assinado, mas está bem encaminhado”, disse o presidente em entrevista ao Donos da Bola.
Donadel também confirmou a informação publicada pelo Jornal de Jundiaí no início deste mês, de que há um entrave entre o clube e o Banco Fator por conta das dívidas pendentes. "Esse [Banco Fator] é o maior entrave, o maior débito do passivo. É um débito que hoje já está em R$ 47 milhões, se eu não me engano. E é uma dívida que já está fora do balanço do banco, então eles [EXA Capital] estão tentando organizar um valor mais ajustado para poder liquidar”, disse.
O vice-presidente Rodrigo Alves - que era o presidente do Paulista quando as negociações começaram - também falou sobre as dívidas e reforçou que se trata de um trabalho que demanda muito tempo. "Hoje o Paulista tem uma dívida de R$ 87 milhões e a EXA está buscando alternativas para a renegociação, fazendo todo o trabalho jurídico que demanda muito tempo. Mas estamos confiantes, eles acompanharam todo o processo do clube e neste campeonato [Série A4] eles estiveram presentes em todos os jogos, então a gente acredita muito que vamos ter êxito", afirmou Rodrigo, que também revelou os próximos passos. "O jurídico dos investidores está buscando fazer esses acordos e enxugar essa dívida para, a partir daí, fazer uma proposta e fechar negócio de fato", concluiu.
PAULISTA X BANCO FATOR
O primeiro contato entre o Paulista e o Banco Fator aconteceu em 2007, quando a entidade financeira fez um aporte financeiro ao Paulista de R$ 5 milhões para a execução de um projeto chamado Campus Pelé, que investiria nas categorias de base e em melhorias na estrutura, além de auxiliar na administração do clube.
Na prática, a instituição comprou boa parte de jogadores das categorias de base do Paulista e tinha a intenção de transformar o Galo de Jundiaí em modelo de formação de atletas. Porém, por inúmeras razões, o projeto não vingou e, dentro de campo, o Galo caiu da Série B para a Série D do Campeonato Brasileiro em dois anos.