EDUCAÇÃO

Alunos temem fechamento de turma em escola de tempo integral

Por Pedro Dartibale | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução/Redes Sociais
Escola Estadual 'Professor Doutor Assuero Quadri Prestes', localizada no Jardim Luiza II, zona norte de Franca
Escola Estadual 'Professor Doutor Assuero Quadri Prestes', localizada no Jardim Luiza II, zona norte de Franca

Estudantes da Escola Estadual "Professor Doutor Assuero Quadri Prestes", localizada no bairro Jardim Luiza II, zona norte de Franca, estão preocupados com a possível extinção de uma turma do período integral. De acordo com relatos de uma aluna, a Diretoria de Ensino teria comunicado a intenção de fechar a sala, que atualmente conta com apenas sete estudantes.

A notícia gerou indignação entre os alunos, que relatam ter feito grandes esforços para ingressar no modelo de ensino PEI (Programa de Ensino Integral). Muitos deles abriram mão de atividades e compromissos pessoais para se dedicar à rotina acadêmica mais exigente desse formato escolar. Além disso, a escola é a única da região que oferece o modelo PEI, o que torna a transferência para outra unidade praticamente inviável para os estudantes.

Outro fator preocupante é que muitos dos alunos não possuem condições financeiras ou logísticas para frequentar escolas mais distantes. A mudança forçada poderia levá-los a abandonar os estudos ou enfrentar dificuldades ainda maiores para continuar sua formação acadêmica.

Além do impacto na continuidade dos estudos dos alunos, a decisão afetaria diretamente um estudante com síndrome de Down, que encontrou na turma um ambiente acolhedor. Segundo o relato, o jovem nunca foi aceito em outras escolas e construiu laços importantes com os colegas. A transferência neste momento, em seu último ano escolar, poderia representar uma ruptura prejudicial ao seu desenvolvimento.

"É um absurdo o que estão querendo fazer, nós não temos condições de ir para outra escola, alguns amigos meus podem até abandonar escola. E outra, nosso amigo com síndrome de Down custou enturmar com a gente, tirar isso dele agora é desumano", concluiu uma das alunas da sala.

A Secretaria de Educação estadual informou, por meio de nota, que a movimentação de alunos entre turmas na rede estadual ocorre regularmente a cada bimestre, conforme a Resolução SE 02/2016, que também define o limite de estudantes por classe para assegurar a qualidade do ensino. Caso haja demanda, novas turmas podem ser abertas ao longo do ano para garantir vagas a todos. Além disso, o aluno com síndrome de Down em questão continuará recebendo atendimento escolar com o apoio do professor auxiliar.

Confira a nota na íntegra:

"A movimentação de alunos entre as classes da rede estadual é um procedimento habitual, realizado periodicamente ao final de cada bimestre, conforme determina a Resolução SE 02/2016. O mesmo regulamento estabelece também a quantidade máxima de estudantes por turma, visando garantir a qualidade do ensino e o atendimento adequado a cada aluno.

É importante destacar que, ao longo de todo o ano letivo, novas classes podem ser abertas, se houver demanda de novos estudantes que não possam ser alocados nas já existentes, garantindo que nenhum aluno fique sem vaga. Vale ressaltar que o aluno em questão terá o atendimento escolar mantido junto com o professor auxiliar."

Comentários

2 Comentários

  • Darsio 4 dias atrás
    Nefasta!! Esse é o termo mais apropriado para os que que estão a frente da pasta da educação do Tarcísio. Alunos e professores são tidos como meros números e, portanto, não passam de gastos. A Diretoria de Ensino existe somente para bajular essa desastrosa gestão. Ao passo que, salas são superlotadas, outras são fechadas. Paga-se um dos piores pisos do Brasil e, covardemente adota uma mesma métrica para avaliar escolas com realidades profundamente diferentes. Coloca-se num mesmo patamar escolas de tempo integral com muito, mas muito menos alunos e investimentos muito maiores e, escolas de ensino regular com muito mais alunos, salas lotadas e parte delas com ensino noturno que, convive com altas taxas de evasão, além é claro, de serem transformadas em redutos dos alunos com graves problemas disciplinares. Além disso, é importante que se perceba que a maioria dos adolescentes não demonstram aceitação por tempo integral, mesmo porque muitos já querem ou necessitam trabalhar e, outros buscam uma formação técnica. É sem a menor dúvida a pior gestão que esteve a frente da educação paulista, pois mescla incompetência, insensibilidade e indiferença com alunos e professores.
  • Sociedade 4 dias atrás
    Sem contar que vão acabar com período noturno nessa escola, um absurdo isso, alunos que trabalha durante o dia tem por direito o ensino noturno.