Querido leitor, na minha coluna de hoje, quero abordar um assunto que me deixou perplexa, enojada.

Bem, há algumas semanas atrás a Secretária de Educação de Jacobina, Emanuela Cunha, em uma entrevista a um programa de rádio, classificou o Autismo, TDAH e Dislexia como "modismos".

Caro leitor, se você não tem alguém na família ou não conhece alguém que tenha TEA (Transtorno Espectro Autista), TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), Dislexia ou outro, então você não sabe o que é o sentimento de solidão, angústia, incerteza, desânimo, insegurança, impotência.

Sim, quando se tem um membro da família com alguns transtornos mencionados acima, além de outros, a família se sente como se o futuro não existisse no momento em que receberam o diagnóstico.

Para alguns pais e mães, o resultado do diagnóstico lhe deu forças para buscar o melhor para o seu filho, não importa como ou onde estiver o tratamento, ali estará  esta mãe.

Para outros, a notícia do diagnóstico do filho lhe chega como um luto e muitos pais não aceitam a condição do filho e fingem não haver nada com o filho.

Eu digo isso por experiência própria. Sou pedagoga, psicopedagoga e estou me pós-graduando em neuropsicopedagogia clínica e já atendi várias crianças que apresentavam algum tipo de transtorno, mas os pais viviam em negação, argumentando que o comportamento do filho era devido a acordar cedo para ir à escola ou era porque a criança ficava no celular ou a criança era agitada mesmo.

Muitos pais não percebem que todo transtorno precisa ser cuidado. Quando isso não acontece, a tendência é que este se agrave conforme a criança cresce. Quanto mais tardio o diagnóstico e o tratamento, mais lento se torna o resultado.

Falar que transtornos sérios são "modinha" é desrespeitar a pessoa que apresenta o transtorno, bem como desrespeitar a família e a todos aqueles que lutam por uma vida digna para essas pessoas. Pense nisso!

Micéia Lima Izidoro é professora (miceialimaizidoro@gmail.com)