
Uma moradora de Jundiaí, que preferiu não se identificar, caiu em um golpe ao tentar comprar um carro em um suposto leilão on-line. “Foi um acontecimento que marcou muito nossa família e foi muito difícil para nós”, desabafa.
A vítima conta que passou quase dois meses acompanhando um site que acreditava ser do Detran. “Tinha todos os selos de segurança, lei de proteção de dados do Google, certificado do Detran e do Tribunal de Justiça”, explicou. No entanto, ao analisar os documentos da suposta compra, percebeu que os endereços do pátio de veículos não coincidiam. “Os sites em que eu entrava para verificar a autenticidade da página foram manipulados também”, conta.
À esquerda, o documento falso do DETRAN que a vítima possui sobre o leilão; à direita, o site fraudulento do leilão de carros
O Jornal de Jundiaí entrou em contato com o Detran, que respondeu por meio de nota: "O Detran-SP não tem site específico sobre leilões. Toda vez que a divulgação de um leilão do órgão acontece no Estado, a comunicação é feita por meio do Diário Oficial do Estado e lá o cidadão poderá ver o site do leiloeiro. Ele também pode ver todos os leilões por meio dos nossos releases sobre o assunto, que ficam hospedados no site do Detran, onde é informado o site do leiloeiro responsável. O cidadão também pode fazer denúncias do que parecer estranho para ele por meio do Fala-SP."
Outro caso foi o de Luciane Leme Guerra, que foi vítima de um golpe ao tentar comprar uma maleta de uma marca de beleza. “Eu estava assistindo a um reality show de uma emissora e vi a propaganda. Ao entrar na rede social da marca, me deparei com uma promoção no Instagram. Acreditei e comprei”, contou.
Após a compra, ela percebeu que não recebeu confirmação por e-mail e suspeitou da fraude. “Liguei para a empresa e me informaram que não havia nenhuma promoção. Então, caí em um golpe”, disse. O prejuízo foi grande: “Era o dinheiro da minha rescisão do trabalho e um valor guardado para aquisição de um carro. Perdemos tudo e voltamos à estaca zero”.
Outra moradora que não quis identificar também teve prejuízo ao ser vítima de uma fraude bancária. “Tenho conta em um banco digital e eles passaram um pix para uma conta fraudulenta”, relatou. Ao perceber o problema, tentou reverter a transação. “Pedi a devolução do pix mas não fizeram. Agora mandaram uma informação de que não conseguiram devolver meu dinheiro”, explicou.
Sem alternativa, a vítima decidiu tomar medidas legais. “Vou entrar com um boletim de ocorrência e cancelei a conta. Acho um absurdo, porque qualquer um pode acessar o crédito e usar do jeito que quiser”, reclamou. Ela ainda destacou sua indignação com a política da plataforma. “O banco não tem uma política de devolução quando é golpe, e agora a gente tem que entrar com ação por conta disso”.
Como se proteger de golpes on-line:
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Verifique a autenticidade dos sites: Sempre confira se o site tem domínio oficial e procure informações no Diário Oficial ou nos sites oficiais das empresas e órgãos responsáveis.
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Desconfie de ofertas muito vantajosas: Promoções com preços muito abaixo do mercado podem ser indícios de golpe.
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Cheque as informações diretamente com a empresa: Entre em contato com o SAC da empresa para confirmar a veracidade de promoções e ofertas.
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Evite clicar em links suspeitos: Sempre digite o endereço do site no navegador em vez de acessar links enviados por redes sociais ou e-mails.
- Utilize formas de pagamento seguras: Prefira meios de pagamento que ofereçam proteção ao consumidor, como cartão de crédito e plataformas reconhecidas de intermediação.