OPINIÃO

Desafios para a equipe da Prefeitura


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A excelência do IDH de Jundiaí (Índice de Desenvolvimento Humano) atrai para a região um enorme contingente de moradores e novos investimentos no mercado imobiliário. Já é visível a saturação das vias mais importantes da região e da cidade. Eventos naturais extremos como as chuvas já modificaram cálculos de vazão de água e drenagem. As consequências podem ser sentidas com as fortes chuvas do final do ano, com transbordamento de rios e a volta de inundações que já haviam sido resolvidas, como foi no Vianelo.

No último dia 29 de dezembro, neste Jornal, a notícia de alagamentos em 10 bairros chama a atenção: “A Defesa Civil de Jundiaí informa que uma chuva generalizada, persistente e de forte intensidade atingiu toda a cidade na noite deste domingo (29). Foram registrados pontos de alagamento nos seguintes locais com entrada de água em residências: Ponte São João, Jardim Sorocabana, Jardim Fepasa, Jardim Tamoio, Jardim da Fonte, Jardim Cica, Vila Liberdade, Jardim Novo Horizonte, Retiro e Vila Rio Branco.” É inexorável essa expansão da Metropolização de São Paulo que avança sobre a região metropolitana de Jundiaí.

Isso irá alterar positivamente e negativamente. Positivamente se houver um planejamento correto e corajoso que identifique e resolva o que o mercado imobiliário fez e fará, prevendo as consequências da ocupação de novos lugares. Negativamente se houver a liberação de áreas protegidas ambientalmente, se a altura dos edifícios e ocupação não forem regulamentadas e se cada empreendimento não tiver a contrapartida social para receber os empregados e empregadas que irão trabalhar nele. Seguramente haverá um aumento de favelas e os trabalhadores serão expulsos desses lugares de trabalho, como já são.

A atenção aos bairros e núcleos mais distantes e mais pobres com equipamentos, transporte adequado e redução do tempo de ida e volta do trabalho, é necessária.

O Planejamento Regional já era defendido pelo arquiteto Antônio Fernandes Panizza, autor do plano diretor de Jundiaí, em 1970, e que trabalhou por décadas na garantia desse projeto. As revisões do Plano Diretor a cada 4 anos não atualizaram para os eventos climáticos extremos, também áreas ambientais que eram características da cidade foram suprimidas.

Esses novos eventos climáticos sem solução serão questões a serem enfrentadas. Sabemos que ao pavimentar acima dos rios e com as águas pluviais que são direcionadas, eles não darão conta dos volumes dessas áreas ocupadas, pavimentadas e impermeabilizadas. O resultado é um transbordo abaixo e inundação. Isso fica mais evidente. Basta ver a Rodovia Geraldo Dias sentido Itu, que para em certos horários do dia. E não será resolvido muito simplesmente!

Os novos loteamentos e edifícios no vetor oeste, que desde o prefeito André Benassi foi indicado para o crescimento da cidade, agora precisam ter solucionado os problemas decorrentes dessas ocupações com acessos prejudicados.

Não são poucos os problemas pra manter esses índices no alto, o desafio para o prefeito e seu time vai ser imenso e inovador do ponto de vista da eficiência; as estratégias de ir nos lugares e menos nos gabinetes vão ser fundamentais; poder fazer qualquer coisa que mude o atual cenário e saia do aspecto de uma cidade para crianças que não pode ser só para as crianças nem só para esse enorme investimento, como se fosse pão e circo. Cidade é para todos!

Eduardo Carlos Pereira é Arquiteto e Urbanista (edupereiradesign@gmail.com)

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