OPINIÃO

A nossa maior festa


| Tempo de leitura: 3 min

Com a presença dos produtores de uva e de vinhos de nossa terra, portões abertos ao grande público, a cidade festeja o nosso maior evento popular, a Festa da Uva. E a festa chegou trazendo o que é mais valioso para o patrimônio histórico da cidade: suas origens e reverencia as pessoas que a criaram.

O sucesso das primeiras festas foi tão extraordinário, que a cidade foi reconhecida nacionalmente, desde então, como Terra da Uva, título honroso que carrega até os dias de hoje.

Ela foi concebida por gente da terra, agricultores rurais, trabalhadores de mãos calejadas no cultivo da uva e na preparação do solo.

Revela a história que a primeira festa da uva ocorreu em 1934, na parte central da cidade, onde atualmente temos o Centro das Artes, sendo que o prédio da escola Conde do Parnaíba acolhia uma feira industrial, com exposição de todas as suas atividades.

Os viticultores Antonio Pincinato, Hermes Traldi, Cândido Monjola, Rogério Baston, Artur Del Vech e o então prefeito da época, Antenor Soares Gandra foram os idealizadores do evento.

Interessante acrescentar que a preciosa fruta foi cultivada, por força de uma grande geada que ocorreu em 1918, que dizimou a plantação de café. Fato que deu o primeiro impulso para o cultivo da uva na região...

As primeiras parreiras de uvas foram plantadas nos bairros Colônia e Caxambu no início do século XX, pelos imigrantes italianos. Logo se alastravam pelo bucólico Bairro do Traviú.

Apesar das plantações estarem presentes em quase toda a cidade, os bairros da Toca, Roseira, Corrupira, Traviú, Engordadouro, Bom Jardim, Poste, Colônia e Caxambu concentram a maior quantidade de vinhedos, sendo mais de 284 viticultores.

A tradição segue de geração em geração.  A nossa maior festa é  testemunha deste grande amor.

As coisas que fazem parte da história de nossas vidas devem ser tratadas com esta deferência especial, sob pena de se perder, o que temos de mais valioso: a memória da cidade. E esta memória tem de ser preservada, porque ela tem sempre algo a dizer, situar e referendar o presente. Neste contexto, a cidade sempre autografou a nossa Festa da Uva, com excelência.

O espírito indômito e o coração do jundiaiense, sem falsos ufanismos, ainda inflama as veias e bate no peito de cada um de nós, quando acontece mais uma Festa da Uva.

Refulgem a cada canto do evento, tanto para aqueles que aqui nasceram como tantos outros que adotaram esta terra e seu modo de viver, a seus queridos visitantes, a força de se emocionar por tão grandiosa tradição.
 
 A grande festa retorna ainda maior, com a novidade de oferecer quatro finais de semana de muita diversão, cultura, gastronomia, uvas e vinhos, artesanato e atividades infantis.

Levei meus netos jundiaienses Leticia e Gabriel a conhecerem a festa no ano passado. Retornarei com eles, neste ano, e por certo, no letreiro em homenagem a cidade: “Eu amo Jundiai”, não terão dúvidas e nem os netos se intimidarão. Novamente tirarei uma foto com eles abraçados na silhueta do coração da cidade e postarei no Instagram Fico com a resposta das crianças: a festa da Uva é bonita é bonita é bonita.
 
Guaraci Alvarenga é advogado (guaraci.alvarenga@yahoo.com.br)

Comentários

Comentários