OPINIÃO

Desafios da Educação para os novos gestores


| Tempo de leitura: 2 min

No próximo dia 1º de janeiro, os 5.568 municípios do Brasil receberão novos gestores. Para aqueles que assumem, desafios significativos se apresentarão na gestão da educação que exigirão soluções, para além dos discursos, que assegurem o direito à educação de qualidade para todas as crianças. Existem alguns desafios que são crônicos na educação brasileira. Entre eles estão o atendimento das demandas de vagas e a construção de um projeto pedagógico para creches, a aprendizagem dos alunos no ensino fundamental, a capacitação dos professores em serviço e a dificuldade de formar quadros qualificados para a gestão. Cada um desses desafios deverá receber atenção e uma abordagem estratégica, que consiga envolver não só os governos e as escolas, mas toda a sociedade.

Estas ações, deverão ter como base uma gestão eficiente dos recursos, que todos sabermos não são infinitos.

Mas quero destacar uma prioridade que no momento considero essencial: a necessidade da criação de políticas públicas focadas na primeira infância que garanta a todas as crianças  acesso a uma educação inicial de qualidade.

A importância dessa fase não pode ser minimizada. É durante os primeiros anos de vida que ocorre o amadurecimento do cérebro, a aquisição de habilidades cognitivas e o desenvolvimento emocional e social. Nessa fase são formadas as bases de aprendizado que serão utilizadas durante toda a vida. Por isso, os especialistas costumam considerá-la como uma ‘janela de oportunidades’

Já existe uma vasta literatura que demonstra que investimentos em programas para a primeira infância têm alto retorno social. Crianças que recebem estímulos e educação de qualidade nos primeiros anos apresentam melhor desempenho escolar, maior inserção na sociedade e menor probabilidade de envolvimento em situações de risco no futuro.

Existem evidências científicas suficientes para justificar a atenção à primeira infância, período que vai do nascimento aos 6 anos de idade. As experiências vividas nesta fase, positivas ou negativas, são levadas para a vida toda e terão efeito sobre o aprendizado, o comportamento e a saúde das crianças até sua vida adulta. É um momento essencial para o desenvolvimento cognitivo da criança, e a atenção e investimento em políticas públicas para essa etapa de desenvolvimento é a forma mais eficaz de reduzir as desigualdades socioeconômicas na idade adulta

A primeira infância deve ocupar uma posição central nas políticas educacionais dos novos gestores. As decisões tomadas nesse campo podem influenciar de forma significativa o futuro das nossas cidades e a redução das desigualdades sociais, proporcionando um futuro melhor para as próximas gerações.

Francisco Carbonari é ex-secretário de educação de Jundiaí (fjcarbonari@gmail.com) 

Comentários

Comentários