VINDA DOS GIGANTES

Tradição e fidelização mantêm materiais de construção de bairro

Por Nathália Sousa |
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Divulgação
Rodrigo e Rinaldo Fernandes afirmam que a loja na Ponte São João não concorre com grandes redes que chegam à cidade
Rodrigo e Rinaldo Fernandes afirmam que a loja na Ponte São João não concorre com grandes redes que chegam à cidade

Apesar da chegada de megalojas do ramo de material de construção a Jundiaí, os negócios familiares, de bairro, se mantêm firmes, são o “pau para toda obra” no sentido de atenderem com proximidade as mais diversas demandas. Na cidade, são 216 empresas enquadradas na atividade econômica de “comércio varejista de material de construção em geral” e, deste total, 204 são microempresas e empresas de pequeno porte. Já na atividade econômica de “comércio varejista de material de construção não especificado anteriormente” são 135 empresas, das quais 118 são micro e pequenos negócios.

Esse “bairrismo” do ramo se deve a particularidades, como explica o proprietário de uma loja do segmento no Eloy Chaves, Carlos Eduardo Fávaro. "As lojas de bairro têm dois padrões: as que focam em itens menores, hidráulica e elétrica, e as que focam no básico, areia, bloco, pedra e cimento. Essas que têm material de construção para o básico atendem mais pedidos. Home centers não têm isso muito forte, essa venda de areia, pedra, cimento, focam mais em acabamentos e autosserviço, para o cliente consumir como se estivesse em um supermercado."

Para Fávaro, as grandes lojas têm a venda de acabamento como forte, além de horários mais amplos e estacionamentos, mas as lojas de bairro também oferecem facilidades que não estão disponíveis em home centers. "Lojas de bairro têm atendimento mais pessoal. Muitas vezes o cliente se fideliza, conhece o dono da loja e o dono já conhece a obra do cliente, e muitas ainda têm o sistema de caderneta, então quando o cliente está em obra, com reforma, por exemplo, gosta de abrir uma conta e deixar o pedreiro buscar os itens direto na loja. Loja de bairro tem muito isso”, lembra.

Carlos Eduardo Fávaro enxerga atendimentos diferentes nas mega lojas e nas lojas tradicionais

"É difícil o home center conseguir atender toda a obra, porque às vezes o cliente precisa de algo pequeno, de uma entrega mais rápida e a entrega do home center pode demorar mais, porque é feita por transportadora ou tem frete. Eu costumo dizer que o mercadinho do bairro sofre mais quando abre um supermercado de rede do lado do que o material de construção de bairro quando abre um home center do lado", diz Fávaro.

Família

Desde 1967, a Fermacon está no bairro da Ponte São João e hoje a terceira geração está à frente do negócio. Segundo o proprietário Rodrigo Fernandes, a loja não concorre com as grandes redes. “Aqui, o cliente faz compra do dia a dia da obra, não grandes volumes. Além disso, conseguimos atender um a um, conhecendo os detalhes da compra e oferecendo produtos que não interessam às lojas maiores.”

O pai dele, Rinaldo Fernandes, afirma ainda que a entrega é outro grande diferencial. “Não cobramos frete e conseguimos entregar rapidamente na obra do cliente. Isso é uma grande diferença, já que as outras demoram até 15 dias para entregar.”

Gilvera Rondi, que junto aos irmãos conduz o negócio da família na Vila das Hortências, conta que o pai, que era encanador, montou a loja há exatos 53 anos, em 3 de novembro de 1971. “Nossa empresa é familiar, o que faz com que consigamos prestar um atendimento humanizado e personalizado, que é o que as pessoas têm valorizado, e é algo que não se encontra tão facilmente em lojas gigantescas.”

A Rondi não tem e-commerce e, para Gilvera, isso é um diferencial: o atendimento presencial. “Pelo fato da Rondi ser um loja tradicional na cidade, com décadas, temos muitos clientes e profissionais da hidráulica e elétrica antigos e fieis. Muitos deles vêm sempre à loja. O atendimento presencial é forte na Rondi”, completa.

Gilvera Rondi conta que, com anos de história, a clientela da Rondi é fiel

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