OPINIÃO

Para o prefeito que chega


| Tempo de leitura: 2 min

Escrevo este artigo sem o resultado das eleições do segundo turno. Eu, como todos os jundiaienses, estamos ansiosos para saber quem irá conduzir nossa cidade nos próximos quatro anos. Sinceramente, ouço propostas e leio planos de governo antes de qualquer coisa e desejo ao cidadão que tenhamos um próximo pleito com mais rigor na lei para evitar a disseminação de fake News, controle de redes sociais e um debate mais justo e transparente em prol da população.

Ao prefeito que chega, minhas boas-vindas. Espero que o senhor nos conduza ao bem-estar social de todos, com escola de boa qualidade, oportunidades de trabalho, saúde em dia, gestão correta de nossos recursos financeiros e atenção plena ao meio ambiente e essa imponente mudança climática a se mitigar em nosso território. Que a Serra do Japi seja constantemente preservada, que os condomínios não avancem pela área de amortização ambiental, que tenhamos mais plantio de árvores urbanas e criação de áreas verdes dentro do município.

Esta cidade não é só das crianças. Essa cidade é, de todos, mas sobretudo dos idosos, cuja faixa etária é a que irá se sobrepor nos próximos anos. Esta cidade também é das crianças com deficiência, com autismo e elas (mais do que nós) precisam de atendimento qualificado. Não adianta a gente fingir que a educação é fantástica, quando os meninos com dificuldade de aprendizagem ficam esquecidos nas salas de aula, sem saber ler aos 10 anos.

Que o senhor escolha seus secretários com mais rigor técnico e menos político. Nos conselhos e assessorias especiais, precisamos de pessoas que entendam de política pública, de direitos e que estejam aptas a defender mulheres, negros, idosos e pessoas com deficiência de verdade. Ali, não são meros cargos figurativos. Está na hora de a cidade fazer valer a lei federal que exige atendimento adequado, com moradia, a mulheres vítimas de violência, por exemplo.

A cidade merece ter conselhos ativos, que defendam nosso meio ambiente e patrimônio cultural. E precisa de bons gestores, para darem continuidade ao que já está bem feito e o que ainda precisa de mais empenho.

Ouvimos tantas críticas nos últimos meses, denegrindo essa maravilhosa cidade em que vivemos. Mas, se eu pudesse dar um conselho aos novos gestores, me inspiraria na figura de meu querido pai, com humildade, e com a generosidade que lhe era peculiar. É fácil a gente se cercar de bajuladores de última hora e pessoas que nos dizem somente o que queremos ouvir. Um prefeito, antes de tudo, tem que ouvir o coração das pessoas. Não parem de tomar café na periferia, de abraçar as mães atípicas ou ouvir a mãe do aluno que não sabe ler. Ao se alcançar o poder, nos distanciamos da realidade.

Para construir uma cidade é preciso estar no aqui e no agora. Entender seus medos, conflitos e interesses para projetar um novo futuro. Que homens honrados, como Vasco Venchiarutti e Luiz Latorre, nos protejam. Adiante, Jundiaí!

ARIADNE GATTOLINI
é jornalista e escritora, pósgraduada em ESG pela FGV-Sp e editora-chefe do Grupo JJ

Comentários

1 Comentários

  • EGINALDO MARCOS HONORIO 29/10/2024
    Bom dia Ariadne. Excelente matéria e recomendações. O Martinelli divulgou que vai escolher os secretários e postos de alto escalão. Acompanho 100% seu texto, lembrando que a cidade está bem administrada, razão pela qual nao exige mudanças substanciais. Nessa ordem, ele também deve convocar pessoas que tenham comprovado bom conhecimento nas temáticas e não, como de costume \"politicos\". Com devido respeito, toda vez que for tratar de algo maldoso, maculante, injurioso e etc., não utilize o verbo \"denegrir\". Abraço e prossiga, pois que és muito respeitada no segmento jornalistico.