Havia um bosque onde moravam muitos porcos espinhos. Um belo dia começou a nevar e o frio se tornava congelante, então, todos os porcos espinhos correram e se abrigaram em uma pequena toca abandonada.
Todos os porcos espinhos estavam tentando se encaixar e só faltava um porco espinho do grupo para que todos estivessem salvos da neve e do frio. Ao chegar até a apertada toca, o último porco espinho do grupo viu todos os da sua espécie, apertados, desconfortáveis devido aos espinhos que cada um deles tinha.
Bem, um dilema parou em sua mente: ficar salvo, mesmo que todo espetado com os espinhos dos seus companheiros ou ficar longe deles, manter o seu corpo intacto, porém, morto devido ao frio congelante e a neve.
Todos nós somos como esse porco espinho. Estamos sempre rodeados de pessoas que são macias como a lã: nos acalentam, nos fazem bem, nos transmitem bem-estar e conforto. Mas também somos rodeados de pessoas que, como se possuíssem espinhos pelo corpo, nos machucam, nos ferem tanto em palavras quanto em ações.
A vida é como a neve e o frio. Há muitos problemas, muitos desafios, perdas, adversidades, etc. Mas a única opção é enfrentarmos com coragem os espinhos e sobrevivermos a esse mundo, apesar deles. Sempre haverá pessoas que tentarão nos prejudicar, mas o nosso objetivo é sobrevivermos a cada situação que estivermos passando, mesmo que saiamos espetados. O que importa é não deixarmos de enfrentar cada situação com medo de nos ferirmos.
Não há situação que dure por muito tempo, o sol voltará a brilhar e você poderá sair da toca.
Precisamos enfrentar as dificuldades com confiança em dias melhores. Tudo é passageiro. Além disso, todos temos os nossos espinhos. Às vezes somos espetados e às vezes espetamos.
Infelizmente, somos assim. A questão é nos policiarmos para deixarmos o outro com o mínimo de espinhos quanto estamos recebendo.
Então, você prefere ser um porco-espinho machucado, mas vivo e com o sol a brilhar e com ele a oportunidade de melhorar, ou ser um porco espinho morto pelo frio, pois teve medo de ser machucado?
A escolha é sua.
Micéia Lima Izidoro é professora (miceialimaizidoro@gmail.com)