A introdução de cuidadores de idosos na casa do paciente é uma etapa crucial no cuidado de pessoas que necessitam de assistência permanente. Determinar o momento ideal para fazer essa transição pode ter um impacto significativo na qualidade de vida do idoso, no bem-estar da família e na saúde mental dos cuidadores familiares.
O decidir quando introduzir um cuidador é realizar uma avaliação detalhada das necessidades familiares. Mudanças no estado de saúde, como a progressão de doenças crônicas, dificuldades motoras, ou desafios cognitivos, podem sinalizar que o suporte adicional se faz necessário. Se o idoso está apresentando sinais de declínio, como dificuldades na realização de atividades diárias, aumento da necessidade de supervisão ou uma recente hospitalização, pode ser o momento de considerar a contratação.
A preparação para a introdução de um cuidador deve ser abordada com sensibilidade para minimizar o estresse tanto para o idoso quanto para a família, mas muito franca também, em casos do familiar com lucidez é necessário a franqueza familiar e apontar as fragilidades e o que esperasse tendo este serviço. Para o idoso, é essencial abordar a mudança de maneira respeitosa e cuidadosa.
Explicar a situação, ouvir suas preocupações e garantir que ele se sinta valorizado e ouvido pode ajudar a suavizar a transição, quando o familiar possui uma doença neurodegenerativa, a abordagem pode ser lúdica, citando que é um amigo familiar que auxiliará. O momento ideal para introduzir um cuidador pode variar dependendo das circunstâncias individuais. Algumas situações indicam que é o momento certo, tais como:
- Declínio na saúde: Se o idoso está enfrentando um agravamento na saúde ou precisa de cuidados médicos mais complexos, é um sinal de que a assistência profissional pode ser necessária.
- Dificuldades nas atividades diárias: Quando o idoso começa a ter dificuldade em realizar atividades diárias, como tomar banho, se alimentar ou administrar medicamentos, a ajuda de um cuidador pode ser crucial.
- Sobrecarga familiar: Se a carga de cuidado está se tornando excessiva para a família, levando a estresse ou esgotamento, é um bom momento para considerar a ajuda externa.
- Segurança: Se há preocupações com a segurança, como risco de quedas ou incapacidade de lembrar de tarefas importantes, um cuidador pode ajudar a garantir um ambiente seguro.
Nem sempre uma introdução gradual pode ajudar a facilitar a adaptação do idoso ao novo cuidador, já que a dependência emocional pelo primeiro cuidador pode ser uma trava para introdução dos demais turnos. Para garantir que a transição seja tranquila, é importante estabelecer claramente as funções e expectativas do cuidador. A família deve comunicar suas expectativas e preferências ao cuidador e também deve estar aberta a ouvir as sugestões e necessidades do profissional.
Cada idoso é único, e suas preferências culturais e pessoais devem ser respeitadas na escolha e na introdução do cuidador. É importante considerar o histórico cultural, as tradições e os valores do idoso para garantir que o cuidador esteja alinhado com essas necessidades e expectativas. A introdução de um cuidador não deve ser vista como uma solução definitiva sem necessidade de ajustes.
O planejamento contínuo e a reavaliação regular das necessidades do idoso e da eficácia do cuidado são fundamentais para garantir que o suporte continue a ser apropriado e eficaz, saliento também que é necessário desvinculação familiar entre o prestador e o familiar, assim facilitando correções, solicitações e também menos estresse em uma necessidade de substituição de profissional.
Edvaldo de Toledo é enfermeiro, especialista em Gerontologia e Geriatria e apresentador do IssoPodAjudar Podcast do Jornal de Jundiaí (atendimento@edvaldodetoledo.com.br)