Pais de alunos do Instituto Federal de São Paulo - Câmpus Avançado de Jundiaí, vêm reclamando da falta de alimentação na escola, que oferece ensino integral, médio e técnico. De acordo com relatos, os alunos ficam quase 9h na escola e recebem apenas um suco de caixinha pela manhã, algo que não acontecia antes da mudança de endereço. No início do ano, o IFSP Jundiaí, que funcionava no Complexo Argos, foi transferido para sede própria, no Residencial Jundiaí. Com a mudança, as instalações, como refeitório, ainda vem sendo construídas, no entanto, a unidade educacional nega que não haja alimentação.
Mãe de uma aluna do segundo ano do ensino integral com curso de Logística, Najara Perez diz que a filha já desmaiou na escola um dia. "Os alunos entram às 7h e saem às 15h40 e é servido apenas um suco de caixinha. Antes, quando o instituto era na Argos, recebiam café da manhã e almoço, mas quando mudou de endereço, informaram que não teria refeitório ainda, mas iam construir. Teve uma greve lá neste ano e no retorno às aulas deram só um suco. Minha filha já desmaiou na escola e hoje leva marmita, mas são cerca de 160 alunos que precisam esquentar a marmita em micro-ondas no horário de almoço. A situação não foi normalizada, não tem lanche. Como os jovens estudam assim?"
Resposta
De acordo com o Instituto Federal de São Paulo, o Campus Jundiaí teve um período de greve e, no retorno às aulas, não houve a oferta de lanche em alguns dias por atraso da entrega pelos fornecedores. Um fornecedor é do Rio Grande do Sul, e as tragédias enfrentadas no estado interferiram na produção e distribuição, ocasionando, por conseguinte, atraso na entrega dos produtos. O outro fornecedor é de Paulínia, uma cooperativa que teve problemas na produção dos sucos no sabor comprado pelo campus, atrasando, por esse motivo, mais de 6 meses na entrega.
Dessa forma, ainda segundo a instituição, os dias sem lanche foram eventos pontuais, não ocasionados devido a procedimentos e políticas do IFSP, e que não devem voltar a ocorrer. A instituição ressalta que, em breve, fará uma nova chamada para compra de alimentos com a verba recebida anualmente do PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) e precisa de parceiros (produtores com cadastro de agricultor familiar) para ter sucesso nessa contratação.
Além disso, o campus também utiliza verba de custeio para complementar os valores destinados à alimentação estudantil, já que o PNAE destina apenas R$ 0,50 para cada aluno do Ensino Fundamental e Médio e R$ 0,41 para estudantes da Educação de Jovens e Adultos, não destinando valores para os estudantes do curso técnico concomitante e subsequente, que também são atendidos na unidade educacional.
O IFSP informa ainda que o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), destina verbas ao campus de Jundiaí para a construção de mais um bloco de salas, refeitório e quadra poliesportiva. Em julho deste ano, os Institutos Federais também pediram ao governo brasileiro reforço de verbas para a alimentação de estudantes. Em pedido ao Congresso Nacional, os IFs informam que a verba para alimentação neste ano foi de R$ 55 milhões, beneficiando quase 357 mil estudantes em todo o país, mas o valor cobre apenas a aquisição de alimentos, não o preparo nas cozinhas das unidades. Para a instituição, o aporte necessário para 2025 seria de R$ 1,1 bilhão.
Com a construção do restaurante estudantil (estrutura prevista na Concorrência Eletrônica n. 90.007/2024, que será aberta em 12/09/2024, às 9h, com valor estimado de R$ 18.770.024,69), existirão ainda mais possibilidades para o atendimento das necessidades alimentares dos estudantes, já que haverá um local apropriado para a preparação dos alimentos com mais verbas para essa finalidade, caso o pedido de mais verbas seja atendido pelo governo federal, informa o IFSP por meio de nota.
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