28 ANOS

Tony Araújo: uma vida dedicada à amplitude modulada

Por Nathália Sousa |
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução
Na Câmara Municipal, Tony Araújo foi prestigiado pelos 28 anos dedicados ao rádio, grande parte da carreira em Jundiaí
Na Câmara Municipal, Tony Araújo foi prestigiado pelos 28 anos dedicados ao rádio, grande parte da carreira em Jundiaí

Tímido no cotidiano, o radialista Tony Araújo se transforma quando tem um microfone em mãos. Voz conhecida de muitos jundiaienses, começou a carreira há 28 anos, motivado por uma paixão que continua acesa: o rádio. Nesta terça-feira (2), Tony recebeu uma homenagem da Câmara Municipal de Jundiaí pelos anos dedicados ao meio de comunicação que ainda faz parte da rotina de muitas pessoas.

Tony sempre se dedicou a uma espécie em extinção, a amplitude modulada (AM), e pela devoção ao formato também já recebeu homenagem da Câmara Municipal de São Paulo, no ano passado, quando completou 27 anos de carreira. “Fiquei emocionado, mas fico tímido, porque não estou no meu ambiente, não estou acostumado a ser entrevistado. Passa realmente um filme na cabeça. Em São Paulo, quando fui homenageado, foi uma emoção também. Meu primeiro programa foi em 1996 e nunca mais saí do ar. Tenho orgulho da minha carreira. Desde meus quatro anos, sempre ouvi rádio AM, então é a minha vida. Cresci ouvindo rádio e até hoje ainda durmo ouvindo rádio.”

E graças ao rádio, Tony realizou o sonho de conhecer vários artistas da Jovem Guarda, sua outra paixão da vida. “Conheci o Barros Alencar, que foi meu ídolo do rádio. Fiz um programa especial em um domingo à tarde com ele e foi uma grande emoção, porque ele elogiou o meu programa, então foi marcante. Também já entrevistei todos da Jovem Guarda, Jerry Adriani, Erasmo Carlos, Wanderléa. Do Roberto Carlos, já vi show na primeira fila, convidado pela equipe dele. Não tenho do que reclamar na minha carreira.”

E chegou onde não imaginava. “Minha emoção foi quando fui para a Super Rádio Tupi, na avenida Paulista. Me senti o Mazzaropi na Paulista. Fiquei lá por cinco anos, em um prédio que não tinha fim. Naquele momento eu me lembrei do quartinho onde eu comecei.”

Mudanças

Hoje, o conselho dele para quem gosta de rádio é para que não desista de tentar fazer rádio, mas ele precisou aprender isso consigo mesmo, lá atrás. “Pelo meu gosto por músicas da Jovem Guarda, sempre quis um programa, mas comecei a fazer um programa em uma quinta, me lembro, e desisti, porque foi ruim, errei tudo. Fiquei muito decepcionado comigo, chorei e fui embora arrasado, mas um amigo me incentivou a voltar ao programa no dia seguinte. Tinha 23 anos na época”, e lá se foram quase três décadas.

Já sobre as novas tendências da comunicação, como a chegada das rádios na internet e o fim das rádios AM, Tony não enxerga com pessimismo. “Tem espaço para tudo, tem que somar. Falavam que o rádio ia acabar com a chegada da TV, e continuou. A internet também chegou para agregar, tem programa no YouTube, porque, quem ouve rádio, nunca deixa de ouvir”, afirma.

Mas Tony percebe a diferença. “O rádio hoje está muito triste. Perdemos grandes comunicadores em todo o Brasil. Tem uma moçada nova que está chegando e arrebentando, mas o rádio da minha época já se foi.”

Sobre a homenagem, Tony não deixou de se lembrar dos ouvintes e amigos, um deles que infelizmente se foi recentemente. “Tenho um carinho muito grande pelo meu público e o reconhecimento é muito bacana. Acho que tem que homenagear as pessoas em vida mesmo. Dediquei minha homenagem aos meus ouvintes, minha família, aos artistas da Jovem Guarda e ao meu amigo Nahim, que se foi, mas recebeu muitas homenagens em vida.”

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