OPINIÃO

Embasado em quê?

11/05/2024 | Tempo de leitura: 4 min

De uma conversa com minha aluna e amiga, nasceu o artigo de hoje. Como renomada arquiteta e incansável buscadora por assuntos sobre qualidade de vida e saúde, a querida Cristina Luchini me contou que ouviu um podcast de um famoso médico e especialista em longevidade, Dr. Peter Attia, e que achou super interessante quando ele disse que tudo (absolutamente tudo) pode ser comprovado pela a ciência, mas que haviam duas coisas incontestáveis dentre os muitos artigos que ele pesquisa sobre saúde: que o cigarro faz mal e que a atividade física faz bem.

Realmente a ciência é capaz de comprovar o que ela quiser, por isso devemos ter uma certa cautela e saber de onde veio um estudo cientifico, além como foi feito este estudo. Nem tudo que está no PubMed ou no Google Acadêmico, pode ser levado em consideração. Há estudos de péssima qualidade sobre determinados alimentos, alguns inclusive, que foram "comprados" por grandes empresas, tendo seus resultados distorcidos ou boicotados para comprovar que eles quiserem, isso é lamentável.

A ciência é, infelizmente, manipulável, depende de dinheiro estatal e de empresas privadas, então, não podemos acreditar totalmente nestes estudos pois isso significa acreditar totalmente em quem patrocinou tais estudos. Claro que sempre haverá bons cientistas, com propósito de buscar a verdade acima de tudo, estudos sérios e dignos, o que não invalida o método cientifico de forma alguma. A ciência "privada" tem que produzir artigos, livros e outros documentos mais do que a ciência estatal, daí os cientistas publicam qualquer "coisa" pois têm que publicar. Mas o intuito da ciência é promover avanços e melhorar a vida das pessoas na sociedade e da natureza, pelo menos deveria ser.

Antigamente, fumar era um ato estimulado pela mídia, com propagandas maravilhosas, patrocínio em carros de fórmula 1, não havia nenhum tipo de questionamento. Fumar era considerado algo elegante e "saudável". Atletas e artistas de cinema eram garotos propaganda. Era permitido fumar em bares e restaurantes, aviões, não havia restrições de lugares, "os incomodados que se retirem" era o mais comum de se ouvir para quem não queria respirar fumaça.

Hoje em dia já não é mais elegante fumar cigarro, muito pelo contrário. Ao invés da sensação de liberdade, o fumante está preso a uma droga que causa dependência. A Organização Mundial da Saúde considera o tabaco, o maior causador de mortes evitáveis do mundo, com aproximadamente 8 milhões de mortes por ano. Isso estimulou a OMS a criar em 1987, o Dia Mundial sem Tabaco, comemorado em todos os países, no dia 31 de maio, na tentativa de conscientizar o mundo todo sobre os riscos do cigarro. Estima-se que mais de 50 tipos de doenças podem ser causados pelo tabagismo, principalmente as cardiovasculares, respiratórias e câncer, o que explica por que 10% dos fumantes chegam a ter 20 anos de expectativa de vida a menos. Será que alguém ainda tem dúvidas sobre os malefícios do cigarro?

Agora, será que alguém ainda tem dúvidas sobre os benéficos das atividades físicas? Pode pesquisar que você irá se surpreender com a quantidade de estudos. Está claro que a pratica regular é um fator de proteção para a saúde e prevenção de doenças, manutenção do peso, bem-estar geral, além de auxiliar a saúde mental desde o declínio cognitivo que vem com a idade, quanto reduzir os sintomas de depressão e ansiedade. Infelizmente, muitos ainda não atendem as recomendações médicas sobre a importância da atividade física.

A OMS recomenda para crianças e adolescentes ao menos 60 minutos diários, três vezes na semana, de atividade moderada a vigorosa, isso mesmo, nada de fazer levinho não, tem que se esforçar! Todos os adultos devem praticar atividade física regular, pelo menos 150 a 300 minutos de atividade aeróbica moderada ou 75 a 150 minutos de atividade aeróbica intensa, por semana. Além de mais dois dias de fortalecimento (musculação, por exemplo) de intensidade moderada a forte, para benefícios adicionais.

A atividade física reduz o estresse, melhora o sono, a concentração e aprendizagem, reduz sintomas depressivos, previne e diminui a mortalidade por doenças crônicas como pressão alta e diabetes, melhora a força, equilíbrio e flexibilidade, proporciona a socialização e a convivência. Basta começar a se mexer e manter os exercícios um como habito para se beneficiar. Muita saúde a todos.

Liciana Rossi é educadora física (licianarossi@terra.com.br)

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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