Na quarta-feira (1/5) comemorou-se o Dia do Trabalhador, tradição que no Brasil consta do calendário oficial desde 1924, quando a data foi instituída pelo então presidente Arthur Bernardes. Mas, originalmente, o dia começou a ser celebrado em 1889, quando a Internacional Socialista – união dos partidos socialistas no mundo pela defesa da social democracia – realizou um congresso e adotou o dia, numa referência à greve de milhares de operários da cidade de Chicago, nos Estados Unidos, que deflagrou uma onda de protestos contra as precárias condições de trabalho nas fábricas.
Em resumo, os trabalhadores do século XIX, nos primórdios da industrialização, reivindicavam a jornada de oito horas de trabalho contra as 12, 14 ou até 16 horas diárias de lavoro, o fim do trabalho infantil e do trabalho feminino nos turnos da noite. Desde então, a classe trabalhadora teve muitas outras conquistas, assim como também registrou retrocessos.
Hoje, quase 140 anos depois das primeiras greves, o cenário do mundo do trabalho passa por metamorfoses inéditas, com a diminuição cada vez mais acentuada dos ofícios tradicionais e o aumento de novas categorias nas situações de emprego, algo que adultera e, de certa forma, compromete o próprio conceito de classes como conhecíamos.
Termos como empreendedorismo e disrupção estão cada vez mais presentes no dia a dia da sociedade. Em contraposição, direitos trabalhistas parecem sair de moda nas relações entre trabalhador e patrão. A palavra "funcionário" é substituída por "colaborador" e no mundo contemporâneo em constante mutação da economia "disruptiva", este então agora torna-se "parceiro".
Mas, por trás das máscaras semânticas ficam encobertadas a super exploração, a baixa remuneração, a perda de direitos trabalhistas, as assistências e seguros médicos, entre outros benefícios conquistados não faz muito tempo e a muito custo pela classe trabalhadora.
Mas, se o cenário é de mutação nas relações entre trabalhador e patrão (ou funcionário e empresa), é preciso registrar que o mundo ainda guarda as referências de até pouco tempo atrás. O emprego ordenado sob a tão criticada Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) ainda é a modalidade preferida dos brasileiros e medidor utilizado pela mídia como termômetro do crescimento, ou não, da economia.
Daí, é preciso registrar que nos dois primeiros governos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o país chegou quase ao desemprego zero. Neste terceiro mandato, conforme no novo CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), o emprego celetista teve um saldo positivo de 306.111 postos de trabalho. De março de 2023 a fevereiro deste ano, segundo o relatório do CAGED, foram 1.602.965 brasileiros incorporados ao mercado formal de trabalho.
Tais números são resultados de uma política voltada para o desenvolvimento da base produtiva do país, do fortalecimento do mercado interno e do crescimento do emprego e renda da população. São as diretrizes de uma gestão, que tem por condutor um presidente que identifica estar a riqueza de um país na sua capacidade produtiva de bens e produtos, com um mercado de trabalho amplo e consolidado. É o contrário da situação volátil de uma economia que preza o mercado financeiros, com suas instáveis e voláteis transações, que regeu o país da mal fadada gestão anterior.
Por isso, neste 1º de Maio, mais do que nunca, é preciso valorizar as conquistas dos direitos dos trabalhadores, preservá-las ao máximo e, mesmo diante de cenários adversos, expandi-las. E, por fim e não menos importante, relembrar e homenagear a memória dos trabalhadores que lutaram e deram a vida antes de nós por melhores condições de trabalho e vida, apoiar os que seguem na linha de frente da batalha e preparar as novas gerações para que não percam e prossigam na labuta sob os princípios e os valores perenes da classe trabalhadora.
Maurici é deputado estadual (PT-SP)