OPINIÃO

O valor do trabalho e os saudosos piqueniques

28/04/2024 | Tempo de leitura: 3 min

Maio, logo em seu início, exalta o trabalho, notadamente relevante à manutenção do equilíbrio social. Além de dignificar a pessoa, permite o desenvolvimento de suas capacidades, define o tempo e a história humana, contribui à promoção do bem comum e garante a subsistência do trabalhador e de sua família.

Na realidade, o exercício de uma atividade digna é necessário ao ser humano, constituindo-se num direito e num dever de todos os que têm condições e idade de trabalhar, sendo a ocupação profissional tão importante quanto o Direito à manutenção do equilíbrio social.

Além de engrandecer a pessoa, permite o desenvolvimento de suas capacidades, define o tempo e a história humana, contribui à promoção do bem comum e garante a sua subsistência e de sua família. Constitui-se ainda em elemento de realização pessoal do trabalhador quando executa seu ofício com prazer, unindo satisfação com precisão.

Sem nos esquecer que esta data é marcada pelos saudosos piqueniques. Uma característica forte e importante em nossa cultura ocidental que se estendeu como tradição por muitos anos.

O Dia do Trabalho é marcante em quase todo o mundo, já que foi instituído para reverenciar o passado de lutas das classes laboriosas, reafirmar o compromisso com as mesmas propostas no presente e meditar sobre o futuro de uma sociedade igualitária, sem explorados, nem exploradores.

Quando garoto, no dia primeiro de maio aconteciam os inesquecíveis piqueniques, esperados por nós com muita ansiedade. As mães preparavam lanches, sucos, doces e outros alimentos mais leves para serem apreciados sobre toalhas colocadas nas gramas de jardins, normalmente de sítios, parques ou quintais. Com o tempo, começaram a se efetivar em associações, clubes e sedes de sindicatos. Lembro-me dos realizados logo no início da sede de campo do Jundiaiense, quando o presidente, Sr. Oswaldo de Almeida Leite (Oswaldão) pessoalmente comandava a distribuição das guloseimas e refrigerantes aos associados.

Ao passar dos anos, essa prática infelizmente foi se extinguindo, restando poucos que ainda resistem, mas que a curtem com muita alegria e principalmente, com a participação de amigos ou familiares, ressaltando a importância dos relacionamentos humanos, tão escassos ultimamente.

Também se celebra em primeiro de maio o Dia da Literatura Brasileira, em homenagem ao romancista José de Alencar, que nasceu nessa data em 1829 e dentre suas obras mais conhecidas estão "O Guarani" (1857), "Iracema" (1854) e "Lucíola" (1862). Além de escritor, ele era advogado, jornalista e político. Ainda é considerado o mais versátil romancista por romances indianistas, urbanos, regionalistas e históricos, servindo de inspiração ao jovem Machado de Assis.

Em 1993, a Assembleia Geral da ONU - Organização das Nações Unidas também proclamou três de maio como o Dia Internacional da Liberdade de Imprensa, com base numa resolução da UNESCO que estabeleceu o preceito de que uma imprensa livre, pluralista e independente, é componente essencial de qualquer sociedade democrática. Esta data foi assim designada em homenagem a Declaração de Windhoek para Promover uma Imprensa Africana Independente e Pluralista, aprovada a 3 de maio de 1991 pelo Seminário realizado em Windhoek (Namíbia) sobre o mesmo tema. Efetivamente, a liberdade de imprensa é de grande importância ao regime democrático, pois não pode aceitar distorções tanto no caminho da apuração como na divulgação ao leitor, respeitando ainda princípios éticos. Por outro lado, ela "é uma reação espontânea: produto do pensamento, jamais há de morrer" (Alphonse Marie Louis de Prat de Lamartine).

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário. É ex-presidente das Academias Jundiaienses de Letras e de Letras Jurídicas. Autor de diversos livros (martinelliadv@hotmail.com).

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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