Resolvi, nessa última coluna (entro em recesso aqui, mas podem continuar me lendo no instagram @samuelvidilli ou no facebook - basta buscar pelo meu nome), revisitar algumas conjecturas que fiz em junho do ano passado sobre nossa política local.
Escrevi à época que "Luiz Fernando Machado, depois de dois mandatos como prefeito de nossa cidade, uma votação recorde em 2020 e altos índices de aprovação, está de olho em voos maiores. Uns dizem Senado. Outros, o Palácio dos Bandeirantes. Aposto em Brasília, ainda mais depois dessa saída do PSDB (...)".
Ainda mantenho essa análise. Vejo LFM lutando por uma cadeira na Câmara Alta do país.
Também escrevi em junho do ano passado que "(...) o PSDB local perdeu grandes nomes, mas ainda tem entre suas hostes o seu campeão: Miguel Haddad, o político mais importante da região. E se cabe mais uma aposta, diria que ele apoiará a candidatura do competente José Antônio Parimoschi (aparente sucessor de Machado) ao cargo máximo no Paço. Não vai concorrer a um quarto mandato".
Também acertei aqui. Vemos cada dia mais JAP e MH juntos em ritmo de pré-campanha, em um apoio total e irrestrito.
E completei sobre Parimoschi: "Figura carimbada em muitas gestões, considero José Antônio um verdadeiro self made man na política local. Já trabalhou com todos os grandes medalhões, ocupando cargos de extrema confiança e evidência. Trata-se de um experiente articulador, gestor. Que me parece pronto. Já esperou pacientemente sua vez e agora vem com tudo. Posso estar muito errado (afinal, política é ciência humana e não exata), mas vejo que todas as forças locais relevantes com exceção de dois nomes convergem para a escolha de Parimoschi como o representante-mor do legado tucano em nossa cidade".
Acertei mais uma vez. Parimoschi é o pré-candidato da situação; é o pré-candidato de Luiz Fernando.
Também falei de Gustavo Martinelli. Naquele momento, eu preconizei: "(ele) parece querer seu lugar custe o que custar na disputa pelo cargo executivo local. Interessante ter um nome com um bom potencial de votos como o dele na corrida. Jovem, sempre político". De fato, ele se consolidou como o antagonista de Parimoschi. E se aliou a Ricardo Benassi, que se aventurou nas urnas há oito anos.
Ah: também profetizei que Gerson Sartori, presidente do PDT local, "está buscando unir as diferentes forças de oposição. Mesmo sendo ele uma das pessoas mais respeitadas em todos os grupos (tanto de oposição como situação), creio ser esse um trabalho hercúleo e, ao meu ver, ingrato demais".
Acertei aqui também. Especialmente na parte do "trabalho hercúleo": Gerson conseguiu unir PDT e PSB em torno do nome de Ricardo Bocalon, ex-prefeito de Itupeva. Mas ainda está em conversas com as outras forças locais...
Bom... cenários vão se desenhando, apostas sendo feitas, e eu digo orgulhosamente que acertei em todas as minhas análises. Ah, se eu também acertasse os números da loteria... Ai de mim!
Poderia até arriscar e escrever aqui meu palpite, ou melhor, minha análise de como serão os votos. Mas não: vou apenas reproduzir algo que já escrevi e que ainda serve:
"Infelizmente os quadros que se autodenominam opositores precisam encarar duras realidades: quando estiveram no poder não conseguiram entregar o que a população quis, deixando uma mácula que creio ser muito difícil de esquecer. Resultado: o triunfo de Luiz Fernando em 2020, quando o eleitorado deu a esse político uma reeleição com níveis acachapantes de aprovação".
E aqui completo, agora, que o povo não me parece muito disposto a arriscar depois de oito anos de governo que tem índices de aprovação elevadíssimos.
Quem viver, verá.
Samuel Vidilli é cientista social (svidilli@gmail.com)