OPINIÃO

Cibersegurança no radar das empresas

16/04/2024 | Tempo de leitura: 3 min

Mais de 1.700 empresas participaram online de uma simulação de gerenciamento de crise de um ataque cibernético, no cyberlab da Escola Senai "Paulo Antonio Skaf", em São Caetano do Sul, recentemente. Foi um evento liderado pela Fiesp, em parceria com o Senai-SP, e que contou com o apoio e presença de representantes do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) e da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).

O interesse no evento dá a dimensão de como este tema tem preocupado os empresários, neste mundo cada vez mais conectado. Não é para menos: o Relatório Global de 2023 de tecnologia operacional da empresa de segurança cibernética Fortinet mostra que 75% das organizações sofreram pelo menos uma invasão no ano anterior.

Além de abordar a segurança cibernética, o encontro foi uma oportunidade para uma troca de experiências e conhecimento entre o setor privado e as autoridades públicas. Os participantes puderam ver como responder de forma adequada a um incidente cibernético, além de os caminhos para fomentar boas práticas de cibersegurança.

Realizar simulações é importante para testar protocolos de segurança, bem como identificar pontos de fragilidade na infraestrutura e nos processos. Ganha-se agilidade na avaliação do que está ocorrendo e nas decisões a serem tomadas tanto no momento da crise quanto posteriormente. Desta forma, pode-se definir como treinar a equipe, por exemplo, de uma central de atendimentos. O ambiente de simulação possibilita ainda que áreas transversais atuem juntas, com tratativas ágeis.

O entendimento da Fiesp é que estamos no estágio do digital trust, ou seja, de confiança no meio digital. E não mais no digital first, uma vez que a maioria das indústrias, em maior ou menor grau, já está no rumo da transformação digital. Para que o digital trust seja efetivo, é preciso unir proteção de dados, privacidade, segurança cibernética e, agora, a utilização da Inteligência Artificial de forma ética e responsável.

O Senai-SP está cada vez mais preparado para atender a sociedade na área de segurança cibernética. Feito em parceria com a Fiesp, o Cyberlab do Senai-SP foi concebido para ser um espaço de debate e troca de experiências.

Além disso, para preparar mão-de-obra para atuar nessas áreas, o Senai-SP conta com uma gama de cursos. A instituição já tem mais de 200 mil matrículas em cibersegurança e na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) - que, inclusive, em 2023, foi o segundo curso mais procurado da instituição.

A demanda por qualificação profissional nessa área só cresce. Em apenas uma semana, por exemplo, o curso Ética na Inteligência Artificial, registrou mil matrículas. A previsão do Senai-SP é ofertar, ainda este ano, uma pós-graduação em Cibersegurança.

No âmbito do setor público, as coisas começam a avançar. O Comitê Nacional de Cibersegurança, presidido pelo GSI, realizou, no mês passado, sua primeira reunião. Foram estabelecidos grupos temáticos para tratar desde a Estratégia Nacional de Cibersegurança (e-ciber), passando pelos parâmetros de atuação internacional do Brasil, até a elaboração de uma proposta de projeto de lei para criação de um órgão de governança da cibersegurança nacional, responsável por sua regulação, fiscalização e controle.

Vandermir Francesconi Júnior é 2º vice-presidente do CIESP e 1º diretor secretário da FIESP (vfjunior@terra.com.br)

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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