O CASO

Uma moradora de Santa Fé de Minas, em Minas Gerais, entrou em contato com as forças policiais de Jundiaí informando que estava recebendo multas de Jundiaí, sem nunca ter estado na cidade. A placa dela foi registrada no sistema de leitura de placas e, na manhã desta quinta-feira, GMs abordaram o veículo com placas iguais, na Vila Maringá.

Na delegacia, porém, o delegado acabou liberando o veículo e a mulher. "Foi apresentada uma ocorrência de uma mulher motorista de aplicativo, conduzindo um carro. Segundo a GM era placa dublê de outro veículo e que ainda era o carro produto de roubo. O Setor de Investigação deste DP, porém, apurou que o carro era o mesmo do chassi e placa e nada tem de placa dublê ou roubado. Foi um equivoco da GM", disse o delegado, à reportagem, pouco depois da liberação. "Não foi registrado BO e ela foi liberada".

NOVA ABORDAGEM

Cerca de meia hora após a liberação, por volta das 11h20, a motorista foi novamente abordada, desta vez por policiais militares, na região da Ponte São João. De acordo com o cabo Cleon, na companhia de seu parceiro soldado Arilando, eles receberam informações de um veículo suspeito de ser dublê, passando pela rua Osvaldo Cruz, na Ponte São João, sentido bairro Colônia. A equipe iniciou patrulhamento com vistas, quando pela rua Joaquim Nabuco (acesso à avenida dos Imigrantes), visualizou o referido veículo em trânsito, sentido bairro, sendo realizado a abordagem policial na parada de semáforo.

"Uma mulher na condução de imediato informou que já havia ido à delegacia e sido liberada. Foi solicitado cópia do boletim de ocorrência, que não foi apresentada, o que nos fez seguir com a fiscalização de trânsito em relação aos sinais identificadores do veículo automotor. Com apoio da equipe da viatura I-49115 (cabo Santana e soldado Gustavo), realizamos uma fiscalização detalhada e técnica, onde de fato, os números de chassi no assoalho, número de chassi no vidro e número de motor coincidiam com o emplacamento ostentado pelo referido veículo. Porém, havia certa discrepância em relação aos caracteres inseridos no assoalho do veículo, o que fez com que a equipe prosseguisse com a fiscalização minuciosa e técnica dos sinais identificadores do veículo automotor", explicou Cleon.

Durante essa averiguação os policiais checara uma 'etiqueta segredo', sendo identificado o número da carroceria do veículo original, com queixa de roubo em 19 de julho de 2022, em São Bernardo do Campo. Diante disso, veículo e condutora, com as novas informações, foram apresentadas novamente na Central de Flagrantes, onde, desta vez, Guimarães elaborou Boletim de Ocorrência de adulteração de sinal identificador de veículo automotor e receptação.

O veículo foi novamente liberado á condutora e à empresa de locação (ela aluga o carro para trabalhar como motorista de aplicativo), sendo que eles terão de levá-lo para passar por perícia técnica, afim de que haja ou não constatação de que se trata de carro roubado. "Vale ressaltar a importância na troca de informações entre a Guarda Municipal de Jundiaí, Polícia Militar de Jundiaí e a Polícia Militar de Minas Gerais, que fez a ponte com a proprietária do veículo original, mandando uma equipe até o local para ajudar com informações. Feito contato também com a proprietária/vítima do veículo roubado em julho de 2022, que confirmou algumas características peculiares do veículo, como danos internos específicos", salientou Cleon.