PARCELA

Cidade rica também tem gente pobre: 16,9% da população na RMJ está inscrita no Cadúnico

Há diferenças entre os municípios da região, por exemplo, com Campo Limpo Paulista tendo a maior porcentagem de população no Cadúnico e Jundiaí a menor

Por Nathália Sousa | 02/04/2024 | Tempo de leitura: 2 min

Arquivo JJ

O Jardim São Camilo concentra a maior parcela de jundiaienses em extrema pobreza
O Jardim São Camilo concentra a maior parcela de jundiaienses em extrema pobreza

A Região Metropolitana de Jundiaí (RMJ) tem economia pujante e expressiva produção no estado de São Paulo, seja agrícola ou industrial, além de um setor de Serviços sólido. Neste contexto, porém, também há desigualdade, como reflexo de todo o país. Na RMJ, em uma população de 843.633 habitantes, 142.517 estão cadastradas no Cadastro Único (Cadúnico), o que equivale a 16,9% da população. Por número de famílias, são 56.597 cadastradas nos sete municípios da região. De modo geral, as crianças e adolescentes com até 17 anos representam a maioria dos inscritos.

Considerando a porcentagem da população no Cadúnico, cadastro usado pelo governo federal para o encaminhamento da população de baixa renda a benefícios sociais, como o Bolsa Família e outros, o município de Campo Limpo Paulista tem a maior, 32,3% dos campolimpenses estão no Cadúnico. A cidade é seguida por Cabreúva (26,36%), Jarinu (25%), Várzea Paulista (23,34%), Louveira (23%), Itupeva (20,1%) e Jundiaí (9,58%).

Por outro lado, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita na RMJ teve valor médio (total dividido pelos 7 municípios) em 2021 de R$ 135 mil - último ano disponível. Para se ter uma ideia, no estado de São Paulo, o PIB per capita, também em 2021, foi de R$ 66,87 mil, menos da metade da região. Ainda no estado, dos 4.420.459 habitantes, 14.591.498 são inscritos no Cadúnico, 32,8% da população.

DIFERENÇAS

De acordo com o estudo Extrema Pobreza, que analisa Jundiaí e região, o número de pessoas em extrema pobreza a cada 30 mil habitantes em 2021 mostra diferenças em relação ao número geral de inscritos no Cadúnico. O município com o maior PIB per capita da RMJ também é o que tem o maior índice. Louveira tinha PIB per capita de R$ 385,77 mil em 2021 e, a cada 30 mil pessoas, 3.557 em extrema pobreza. Na outra ponta está Jundiaí, que tem, no mesmo comparativo, 884 pessoas a cada 30 mil habitantes vivendo em extrema pobreza e PIB per capita, em 2021, de R$ 121,12 mil.

Ainda segundo o relatório sobre a Extrema Pobreza, entre 2012 e 2022, o último ano foi o que teve registro do maior número de pessoas nesta condição na RMJ, 52.322. Em 2016, foi registrado o menor número, 33.480.

JUNDIAÍ

No município, a maior concentração de pessoas em extrema pobreza está nas regiões de dois núcleos de submoradia da cidade: São Camilo (1.718 pessoas em novembro de 2022) e Novo Horizonte (1.527). Depois desses bairros, vem Vila Nambi (943), Jardim Tamoio (882), Santa Gertrudes (854), Fazenda Grande (842), Jardim do Lago (668), Cecap (614), Vila Maringá (563), Corrupira (528) e Ivoturucaia (517). Os demais bairros tem cerca de 400 pessoas em extrema pobreza ou menos.

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