TERAPIA

Mesmo praticando fora, Jundiaí reúne apaixonados por pesca

Muitos praticantes consideram a pesca uma 'terapia' e até viajam para o litoral e para outros estados em busca de diferentes peixes

Por Nathália Sousa | 31/03/2024 | Tempo de leitura: 3 min

JORNAL DE JUNDIAÍ

Ocimar Veronezi mostra a grande variedade de equipamentos para pescadores iniciantes e experientes
Ocimar Veronezi mostra a grande variedade de equipamentos para pescadores iniciantes e experientes

Embora seja nomeada por causa de um peixe, hoje Jundiaí tem poucos espaços para quem gosta de uma boa pescaria. Isso não impede, porém, que apaixonados pela prática se multipliquem na cidade, passando o hobby através das gerações e mantendo viva a tradição de se conectar à natureza, geralmente com familiares e amigos, para momentos de lazer. Não por acaso, muitos praticantes consideram a pesca uma "terapia" e até viajam para o litoral e para outros estados em busca de diferentes peixes.

Este é o caso do carreteiro jundiaiense Paulo Sérgio Brandão, que sempre se lembra com carinho da pesca. "Tenho 48 anos e comecei a pescar ainda criança, com meu pai ou com meus irmãos mais velhos. Na época, era em rios ou lagos mesmo. Aqui em Jundiaí, me lembro, quando criança, de pescar na antiga lagoa Samarone, que ficava próximo à Vulcabras, na Frederico Ozanan. Eu morava na Vila Nambi e descíamos a pé para pescar lambaris e traíras."

Ele costuma até organizar viagens para o litoral para pescar em alto mar. "Hoje, em Jundiaí, tem poucos locais de pesca sem ser pesqueiros. Como eu não gosto muito de pesqueiro, temos dois grupos de amigos, que reunimos para pescarias em outros locais. Já pescamos muito em Santa Maria da Serra, Borborema, Jurumirim e também no Mato Grosso. Mas onde sempre vamos mesmo é para pescas em alto mar. Neste ano já fomos duas vezes", conta Paulo, que, além de amigos, costuma pescar acompanhado dos filhos.

Sobre o hobby, o carreteiro fala empolgado. "Pescar é uma paixão e vício. Alivia todo estresse e independentemente de vir ou não o peixe, o importante é o momento que se vive ali com os amigos e com meus filhos maiores, que sempre me acompanham."

UNIVERSO

Proprietário de uma loja de pesca e também apaixonado pela prática, Ocimar Veronezi mostra as inúmeras opções para quem quer começar na pesca e também para quem já pratica há algum tempo. "Tem equipamento de todo valor e, quando comecei, em 1988, não tinha nada importado, mas hoje, 80% é importado, então aumentou muito a quantidade de produtos e baixou o preço. A partir de R$ 100 dá para ter uma tralha", conta, sobre o "kit" do pescador, que pode começar simples e ir evoluindo. Opções não faltam.

Ocimar começou o hobby ainda garoto, junto com o pai e outros familiares, e esperava ansioso pelas pescarias. "Comecei com uns 6 anos, quando meu pai me levou. Quando ele marcava uma pescaria, eu ficava contando o tempo para chegar logo. Na época, o lugar mais próximo para pescar era a represa Billings em São Paulo, e a gente ia em família, era uma alegria."

Ele ressalta que cada vez mais a pescaria é uma prática familiar, com mulheres e crianças frequentando o momento, que ele descreve com alegria. "Quando você entra em uma represa ou rio, esquece o mundo, só pensa na pescaria e na vida selvagem. Eu ia pescar no Pantanal e, quando parava o barco, tinha os passarinhos cantando. Você contempla, não é só o peixe", conta.

Já sobre a fama de pescador ser mentiroso, Ocimar diz que há uma incompreensão. "É que acontece tanta coisa inédita nas pescarias que ninguém acredita. Em um caso que eu lembro, eu estava com um primo e vimos um pintado numa parte rasa de um rio. Eu parei o barco perto e o peixe nem se mexia. Eu peguei o peixe com a mão, e é um peixe grande, com quase um metro de comprimento, e o peixe estava com a boca aberta. Quando olhei, tinha um pacupeva, um peixe meio redondo, entalado na boca do pintado e ainda vivo. O pintado tentou engolir o peixe pela cauda, mas não conseguiu. Estava eu olhando os dois peixes e eles me olhando, aí fiquei com dó, tirei o pacupeva da boca do pintado e soltei os dois. Quando voltamos, meu primo contou essa história e ninguém acreditou", lembra.

Paulo Sérgio Brandão gosta de praticar a pesca em alto mar
Paulo Sérgio Brandão gosta de praticar a pesca em alto mar

COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.