O último sábado (8) marcou o lançamento do livro "Cultivando uvas, sonhos e tradições", escrito pelo professor Francisco Carbonari, que relata a história da família de Antonio e Maria Carbonari desde a imigração no Vapor Iniciativa em 1833, passando pelo estabelecimento na Fazenda Traviú e até o pioneirismo do agricultor, após o cultivo de uva Niagara Rosada, o que levou a um reencontro familiar emocionante, na mesma casa em que o casal morou durante a vida.

"Em 1934, apareceu no bairro do Traviú, na propriedade de Antonio Carbonari, a uva Niagara Rosada, produto de uma variação genética processada na variedade Niagara Branca. Essa variação foi fixada por aquele caprichoso viticultor, multiplicada, constituindo hoje a única variedade de videira genuinamente brasileira", aponta reportagem de 1955. Por esta contribuição em 1949 o 'nonno' recebe a Comenda da Ordem do Cruzeiro do Sul pelo Presidente Gaspar Dutra. Em seu livro, o professor e neto do casal, Francisco Carbonari fala sobre o registro de memórias.

"Muito do que sou, devo aos meus familiares que vieram antes de mim. Aqueles que conheci, por ter convivido, e aqueles que embora não conhecendo, convivi através da imaginação, vendo suas fotografias, ouvindo suas histórias e sabendo de suas angústias. Todos vivem na minha memória, mas morrerão comigo se eu não contar quem foram. Registrar as, as suas esperanças, os seus sonhos, enfim o seu legado é o mínimo que posso fazer como forma de reconhecimento. Se é verdade o que diz a música que 'recordar é viver', então o oposto também se diz verdadeiro: esquecer é morrer", afirma Francisco.

Entre pesquisa em arquivos e museus, entrevistas e coleta de material histórico o professor levou mais de 3 anos para completar seu livro. Ao final da jornada ele percebeu que não encontrava os primos há anos, próximos e distantes, até desconhecidos pela numerosa família, despertou em todos uma vontade de se encontrar.