Na próxima sexta-feira, 8/3, o mundo comemora o Dia Internacional da Mulher, data instituída pelas Nações Unidas, há quase 50 anos, para simbolizar a luta das mulheres para terem suas condições equiparadas às dos homens. No início, este dia fazia alusão, basicamente, às reivindicações por igualdade salarial, uma antiga demanda feminina. Atualmente, no entanto, remete também à luta contra o machismo e a violência.
Embora mais lentas do que o desejável, as conquistas profissionais estão acontecendo. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que uma mulher ainda recebe 78% do que ganha um homem - quanto maior é o cargo, maior a diferença salarial, é bom frisar.
Por conta desta situação, o Congresso Nacional aprovou, no ano passado, a lei 1.085/23 que garante a obrigatoriedade do pagamento de salários iguais quando ambos desempenham a mesma função. A expectativa é que esta iniciativa ajude a reduzir o fosso salarial existente.
Na indústria paulista, o gap é menor, a diferença salarial está em torno de 15% - já foi de cerca de 30%, no início da série histórica, em 2006. No ritmo atual, a paridade salarial no estado de São Paulo deve ocorrer apenas na próxima década.
Por isso, é preciso pensar em caminhos para acelerar a paridade salarial, bem como fazer com que mais mulheres cheguem a cargos de liderança e rompam os tetos de vidro que as impedem de atingir o topo. São muitas as evidências de que equipes diversas trazem mais resultados para as companhias.
A pesquisa Panorama Mulheres 2023, realizada pelo Insper e pelo Talenses Group, indica que o número de mulheres CEOs está crescendo no Brasil. Passou de 13% do total, em 2019, para 17%, em 2022. Elas ainda estão, basicamente, nas empresas de pequeno porte, familiares, de capital fechado e no setor de serviços, mas estão ganhando terreno. Além da qualificação, ter outras mulheres para se inspirar é importante.
Neste sentido, para ajudar as mulheres a alçarem postos mais altos e, assim, ampliar o número de lideranças femininas na indústria paulista, a Fiesp, por meio de seu Conselho Superior Feminino (Confem), lança esta semana a quarta edição do programa "Elas na Indústria".
A iniciativa, pioneira, tem o objetivo de realizar mentoria e capacitação de mulheres em busca de cargos de liderança ou que lideram seus próprios negócios no setor industrial. Em suas três edições, o "Elas na Indústria" já formou mais de 300 mulheres.
Para ingressar nesta nova turma, que terá 400 vagas, as interessadas devem fazer a inscrição até o dia 20 de março no site da Fiesp. As participantes receberão capacitações gratuitas e mentorias de mulheres com trajetórias profissionais inspiradoras, além de participar de um ambiente rico para a troca de experiências.
As participantes terão seis sessões online com mentoras, abordando aspectos fundamentais como autoconhecimento, identificação de lacunas e objetivos, criação de rede de apoio e definição de planos de ação para alcançar resultados significativos na carreira ou nos negócios. O feedback de quem participou, tanto como mentora, quanto como mentorada, tem sido muito positivos.
Uma sociedade mais diversa e igualitária é bom para todos. Por isso, esta é uma causa pela qual todos devemos lutar.
Vandermir Francesconi Júnior é 2º vice-presidente do CIESP e 1º diretor secretário da FIESP (vfjunior@terra.com.br)