OPINIÃO

Reflexões e nossa economia para 2024

10/01/2024 | Tempo de leitura: 3 min

Já estamos caminhando em 2024. A roda continua girando continuamente. O "tempo" não nos espera. As gerações se alternam: muitos concluem seus ciclos de vida e, incessantemente e inexoravelmente, novas gerações surgem protagonistas.

Os problemas do mundo quase não se alteram, parece que são perenes e, quase sempre, mudam apenas de lugar, no tempo e no espaço.

Entrementes, algo ruim permanece quase imutável: a crueldade humana; o egoísmo da humanidade; a desconsideração com os mais vulneráveis; os interesses obscuros das sociedades, que provocam rupturas, conflitos entre classes sociais e países que produzem sacrifícios e dores humanas, de gerações a gerações, além de pobreza; miséria e sofrimentos.

Subjacentes a essas realidades no mundo, os "poderosos" que o governam, em grande parte, fazem da hipocrisia política o seu "faz de conta", com o olhar e a voz para os mais vulneráveis e menos afortunados com as oportunidades que a vida e as sociedades oportunizam, mas, ao baixar das cortinas nos palcos da vida, revelam os seus verdadeiros interesses de poder, hegemonia e riqueza, cujo lema é "que vençam os mais fortes".

Todos nós, homens e mulheres, deste mundo, do passado e do presente, não soubemos e não sabemos em que momentos de nossas vidas, exatamente para onde vamos, onde as forças das ondas nos levarão para o nosso futuro e nem sequer para o dia seguinte, porém, todos os seres humanos sabem perfeitamente "onde" chegaremos em algum dia e lugar.

É possível fazer mais e melhor, muito melhor.

Contemporaneamente a todas essas realidades, também, felizmente, milhares de pessoas ao redor do mundo, voluntariamente ou não, trabalham e cuidam de crianças abandonadas e doentes; de idosos desamparados, enfim, de todos os necessitados e vulneráveis. Temos, entretanto, aqueles afortunados, que planejam incessantemente o dia de amanhã, de como ganhar mais para ficarem mais ricos, o que, aliás, é um direito de cada pessoa. O sol continuará brilhando para todos.

Voltando à nossa economia neste ano, teremos um crescimento menor que 2023 (cerca de 2,9 %), mas podemos chegar um pouco acima de 1,5 %; a inflação (4,75 % em 2023), tende para um patamar próximo de 4,0 %, o que não será um desastre; o dólar continuará abaixo de R$ 5,00; a taxa básica de juros – a Selic começou o ano em 11,75 %, mas as projeções indicam um nível de 9,0 %. Acredito em 8,5 %, para uma inflação de 4,0 %; a Balança Comercial que fechou em 2023, com um superávit recorde de US$ 98,8 bilhões, poderá chegar ao final do ano com um saldo positivo de US$ 80,0 bilhões; que será muito bom; os investimentos diretos dos estrangeiros que chegou a US$ 57,7 bilhões em 2023, deverá crescer para cerca de US$ 70,0 bilhões, neste ano.

O grande desafio está na situação fiscal do País. Ainda sem os números, deveremos ter tido um déficit primário (sem contar cerca de 660 bilhões de reais de juros, que se incorporarão à nossa dívida interna, anualmente), da ordem de 150 bilhões de reais em 2023. O orçamento para 2024 prevê zerar o déficit primário, conforme o Ministério da Fazenda, o que é um desafio muito grande, diante de um governo gastador por excelência.

Messias Mercadante de Castro é professor de economia do Unianchieta, Membro do Conselho de Administração da DAE S/A e Consultor de Empresas (messiasmercadante@terra.com.br)

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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