NOVO CARGO

José Renato Nalini assume desafio da eletromobilidade em São Paulo

De Jundiaí, ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo é o novo secretário de Mudanças Climáticas na capital paulista

Por Mariana Meira | 09/01/2024 | Tempo de leitura: 3 min
Jornal de Jundiaí

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Nalini avalia missão de coordenar pasta criada em 2011 e fala em combater ‘ameaça’ em todo o planeta
Nalini avalia missão de coordenar pasta criada em 2011 e fala em combater ‘ameaça’ em todo o planeta

Ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), José Renato Nalini é o nome escolhido pelo governo Ricardo Nunes (MDB) para assumir a Secretaria Executiva de Mudanças Climáticas na Prefeitura da capital paulista.

Aos 78 anos, Nalini é desembargador aposentado, construiu carreira no Judiciário e presidiu o TJSP no biênio 2014/2015. Em 2016, ele também aceitou convite para assumir a Secretaria Estadual da Educação da gestão Geraldo Alckmin (PSB), então governador de São Paulo e atual vice-presidente, que na época estava filiado ao PSDB. É natural de Jundiaí e colunista fixo do Jornal de Jundiaí, com textos publicados duas vezes por semana nas edições impressa e digital.

Em conversa exclusiva com o JJ, ele contou que o convite para assumir a pasta - até então ocupada pelo ex-vereador Gilberto Natalini, que pediu demissão no último dia 4 - nasceu de uma amizade entre ele e o prefeito da capital. “O convite foi irrecusável porque a Secretaria de Mudanças Climáticas e do Meio Ambiente é o tema a que venho me dedicando desde sempre e que considero a questão mais séria a ser encarada pelo Estado, em todas as suas configurações, e pela sociedade. Nunca houve ameaça tão grave e apta a interromper a aventura humana sobre este sofrido planeta. Não tive como recusar”, disse.

Na pasta, Nalini terá como atribuições coordenar uma pauta de eletromobilidade em uma cidade com população de mais de 12 milhões de habitantes. Isso significa discutir a troca de ônibus a diesel, entre uma frota total de 12 mil veículos, por modelos menos poluentes nas linhas municipais. A cidade já tinha 270 veículos elétricos - outros 50 foram entregues pela prefeitura em setembro do ano passado e, até o final deste ano, mais 2.600 estarão em circulação.

“O prefeito conseguiu tentos fabulosos com a operação Campo de Marte, o que permitiu economizar quase R$ 300 milhões mensais. E está em tratativa com o Banco Mundial e outros parceiros para que se interessem pela concretização integral do Plano Climático Paulistano”, frisou.

A pauta, no entanto, é desafiadora, e exige mais braços, lembrou o secretário. “A troca de toda a frota depende de inúmeros fatores, inclusive do governo federal, que precisa encarar o setor com perspectivas de abrandamento das consequências do aquecimento global e não como uma política análogo às outras. A iniciativa privada precisa ser incentivada a investir na eletromobilidade e não continuar atrelada ao anacronismo do uso de combustíveis fósseis.”

MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Nalini será o terceiro nome a assumir a pasta, criada em 2021, que, entre as atribuições, coordena ações da Prefeitura de São Paulo para prevenir danos durante os períodos de chuva ou de seca. Antes, a secretaria era chefiada pelo advogado Antonio Pinheiro Pedro. A nova troca, inclusive, ocorre após o último nome, Gilberto Natalini, ter ficado apenas seis meses no cargo.

Natalini tem sido citado em polêmicas geradas por uma declaração, feita por ele, sobre aquecimento global em um fórum sobre o tema da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), realizado em junho. Para Nalini, a pauta é séria e precisa acompanhar as recentes transformações planetárias, começando por políticas públicas na cidade mais populosa da América Latina.

“A conurbação acelerada desta megalópole destrói a cobertura vegetal. Invade áreas que não poderiam ser ocupadas, pois são ambientalmente vulneráveis. A insuficiência de água tem sido uma constante. A mobilização baseada no insensato consumo de combustíveis fósseis é responsável por quase 70% da emissão dos gases causadores do nefasto efeito-estufa. A população produz tonelagem absurda de resíduos sólidos e a reciclagem ainda não entrou na consciência coletiva. As emissões de carbono da cidade de São Paulo chegam a 13.444 milhões de toneladas por ano. Por isso a Secretaria atua de forma transversal, com todas as outras Secretarias, para que a descarbonização entre na agenda de todos: governo, empresariado e sociedade civil. Já tivemos em 2023 o ano mais quente do mundo, em 125 mil anos. Não é hora de se levar a sério a mudança climática?”

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