OPINIÃO

Data reverencia a liberdade de cultos

07/01/2024 | Tempo de leitura: 3 min

O Brasil é um país que, por abrigar inúmeras etnias, acata e ampara diversas religiões. O respeito a todas se revela num instrumento de convivência social pacífica, que, ao mesmo tempo, enriquece nossas raízes culturais. Dessa forma, a independência religiosa deve ser concebida como prática universal que reverencia a individualidade e a possibilidade de escolha. Diante disso, afirma-se, por princípio, que todas as vertentes, entre as quais a Bíblia, o Alcorão, a Cabala, os fundamentos da Umbanda e a doutrina Espírita, são partes de um conhecimento Uno e que sustentam a mesma intenção: conectar o homem à energia criadora, com a finalidade de despertar sua consciência.

E não poderia ser o contrário, pois em sociedade a liberdade assume fronteiras distintas, encampadas pelo direito ao próximo, cujo gozo também lhe é assegurado. Ressalte-se que essa aspiração embasa outras prerrogativas salientes à convivência civilizatória, como a livre convicção da fé. Mesmo assim, ainda há muitas ocorrências, até violentas, de intolerância em todo o mundo, inclusive em nossa nação, apesar da Constituição Federal brasileira amparar a adesão de quaisquer crenças religiosas, ou recusá-las.

Vale lembrar que um dos incisos do seu artigo 5º estabelece como "inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias". E acrescenta: "Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa, convicção filosófica ou política". Além disso, gozam da proteção que lhes é atribuída pelo Código Penal no artigo 208, que condena "Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou pratica de culto religioso".

Comemora-se hoje, 07 de janeiro, o Dia Nacional da Liberdade de Cultos, circunstância de suma importância às garantias individuais dos cidadãos em geral. Mais do que nunca, é preciso extinguir qualquer tipo de preconceito e aversão, notadamente em relação à opção religiosa das pessoas, já que a autonomia nessa área é um direito, cuja observância e preservação são juridicamente asseguradas. Por sugestão do escritor baiano Jorge Amado, então deputado federal, ela já estava assegurada constitucionalmente em nosso país desde 1946. Mas a primeira lei sobre o tema é de 07 de janeiro de 1890, daí a comemoração nesta data.

Aliados a nossa fé e à simpatia que temos por determinado credo precisamos alcançar uma convivência humana harmoniosa, na qual todos os seres humanos sejam respeitados, independentemente de sexo, raça, situação financeira e principalmente da religião que adotam.

Um dia que objetiva o reconhecimento ao próximo. Comemora-se a 11 de janeiro, o Dia Internacional do Obrigado, cujo objetivo é agradecer àqueles que fazem parte da vida das pessoas e que as ajudam e alegram, só por existirem. A data foi criada através das redes sociais na Internet e se consolidou com o passar do tempo, sendo celebrada em muitos locais.

Nesta ocasião, deve-se demonstrar por palavras ou gestos, um fim nobre e sempre necessário, que é o de ressaltar o reconhecimento ao próximo. Com efeito, um "muito obrigado", pronunciado com sinceridade, de coração derruba barreiras, aproxima os indivíduos, fazendo-os sentir-se filhos do mesmo Pai que faz o sol nascer e brilhar para todos, indistintamente.

Por isso, a comemoração deve se embasar num nível espiritual, capaz de nos inspirar a resgatar o sentimento de gratidão como uma forma simples de acreditar no valor da vida, na importância da convivência pacífica, na esperança de que é possível superar a fome, o desemprego e a violência, a anular preconceitos, derrubar barreiras e aproximar os seres humanos.

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário. É ex-presidente das Academias Jundiaienses de Letras e de Letras Jurídicas. Autor de Diversos Livros (martinelliadv@hotmail.martinelli)

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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