As superstições relacionadas ao Ano Novo têm raízes em diversas culturas e tradições ao redor do mundo. Muitas delas derivam de antigas crenças e rituais ligados à esperança de boa sorte, prosperidade e afastamento de energias negativas para o novo ciclo que se inicia. Variam também de região para região. Muitas vezes, esses costumes são praticados mais por diversão e como parte de uma celebração cultural do que por crença genuína nas superstições em si. E é o que penso. Trata-se de meras receitas para fazer dos próximos 12 meses inesquecíveis e melhores do que os anteriores.
Mas ao olhar para trás, qual o problema em, sim, nos orgulharmos das coisas boas, mas também entendermos que os erros nos engrandecem precisam ser acolhidos como aprendizado?
Aprender com os erros da vida é uma abordagem valiosa e fundamental para o crescimento pessoal e o desenvolvimento contínuo. Cometemos erros como seres humanos e, em vez de nos determos neles, podemos usar essas experiências como oportunidades de aprendizado e crescimento. O primeiro passo é sempre refletir sobre os acontecimentos. Isso ajuda a compreender o que deu errado, porque aconteceu e quais foram as consequências. Essa introspecção é crucial para aprender com a experiência e evitar cometer os mesmos erros no futuro. Além disso, é importante aceitar os erros e assumir a responsabilidade por eles. Evitar culpar os outros e reconhecer nossa própria contribuição para o erro é um passo fundamental para aprender e crescer.
Outro ponto importante é entender erros como oportunidades para ajustar comportamento, decisões ou abordagens. Identificar áreas onde se pode melhorar e fazer mudanças positivas em novas ações.
Erros podem ser desafiadores, mas também são oportunidades para desenvolver resiliência. Aprender a lidar com falhas e contratempos fortalece a capacidade de enfrentar desafios futuros e compartilhar suas experiências e o que se aprendeu com os erros é útil. Isso não apenas pode ajudar outros a evitar cometer os mesmos erros, mas também pode promover um senso de comunidade e empatia.
Ou seja, aprender com os erros da vida é um processo contínuo que nos ajuda a crescer, aprimorar nossas habilidades e nos tornar versões melhores de nós mesmos.
Portanto, ao invés de perder tempo falando do que quero em 2024, resolvi avaliar com profundidade meu 2023. E digo que foi um ano de grandes transformações.
Descobri que tenho mais amigos do que imaginava. Consegui mudar de área de trabalho com muita alegria e vontade de dar certo (e aparentemente está tudo cada vez melhor). Aprendi que ter dinheiro é saber também reparti-lo, apoiar quem precisa. Aprendi que não dá para querer sem quem não sou. Aprendi que nós somos o bem que fazemos.
Também encontrei muita coisa triste, chatices, desapontamentos, desistências, frustrações, ingratidões, fofocas, preconceitos, julgamentos.
Mas refletindo, aceitando minhas responsabilidades sobre as falhas, buscando os ajustes e as mudanças necessárias, cultivando resiliência e compartilhando essas experiências todas, creio que 2024 tem tudo para ser um bom ano.
Que eu possa ser o bem que eu faço. Que todos possamos.
Samuel Vidilli é cientista social (svidilli@gmail.com)