OPINIÃO

Onde está o Amor?

09/12/2023 | Tempo de leitura: 4 min

"O amor é o único assunto. Na vida humana tudo é acerca do amor ou da sua ausência", disse o escritor indiano Salman Rushdie.

Sem laços, não sobrevivemos. Não é possível viver sem experienciar o amor e o sentimento de pertencimento.

Um dos sentimentos mais importantes, que revela o quanto necessitamos uns dos outros, pode ser aquele que surge entre um casal, ou aquele amor incondicional pelos nossos filhos ou pelos nossos pais, um amor pleno, completo e absoluto, que não impõe condições ou limites, que não espera nada em troca.

A perda de vínculos afetivos significativos é um dos maiores fatores de risco para o desenvolvimento de depressão e ansiedade, além de nos tornar mais vulneráveis ao aparecimento de outros problemas de saúde.

A ideia de amor é algo conceitual, o que eu entendo como amor é diferente do que você entende, provavelmente. Se considerarmos o amor romântico, entre casais, o veremos de uma forma. Mas temos o amor familiar, o amor social, ou seja, nossas amizades, que são diferentes tipos de amor vivenciados e experenciados de formas distintas. Você já pensou como seria sua vida sem amor? Como viveria sem esse sentimento que está dentro de nós desde o momento em que nascemos?

Amar ao próximo beneficia realmente ao próximo, mas principalmente a nós mesmos, além de ser o primeiro princípio para termos boas atitudes. O amor ao próximo é o ensinamento mais forte vindo de Jesus Cristo, o aniversariante do mês. Por meio deste amor, é possível colocar em prática outros ensinamentos, afinal, quando amamos o próximo, fazemos ao outro tudo o que gostaríamos que fizessem conosco, como respeitar, acolher e ter empatia, o que está faltando em nosso planeta neste momento de guerras, em que vivemos, por sinal. Mais amor, por favor!

Pelos estudos da neurociência, o amor se assemelha a um vício, uma vez que faz com que sejam liberadas substâncias químicas ao reconhecerem uma suposta recompensa, dentre elas, a dopamina, ocitocina, adrenalina, hormônios da felicidade, que são liberados em nosso corpo, trazendo sensações como ansiedade, prazer, euforia, conforto e apego. Desta forma, a neurociência acredita que a felicidade não é algo abstrato, mas sim um estado físico.

Um destes hormônios é conhecido, especialmente, como "o hormônio do amor": a ocitocina. Quando aliada a estes outros hormônios citados, está associada ao prazer. Já há evidências de que a ocitocina está associada também com o comportamento social, relacionada com as nossas emoções, sendo a responsável pela aproximação entre as pessoas, portanto, além de gerar sentimentos de prazer, a ocitocina também promove laços sociais. A ocitocina é um composto cerebral importante na construção da confiança, que é necessária para desenvolver relacionamentos emocionais e ajudar a combater a depressão, ansiedade e aumentar o desempenho sexual.

De acordo com a física quântica, o amor é capaz de elevar nosso padrão vibratório, elevando nosso bem-estar, prazer, autoestima, imunidade, principalmente nossa espiritualidade. O amor é algo tão poderoso que conecta as pessoas no prazer, na alegria, na compaixão ou mesmo na dor. O amor tem o poder de transformar a nossa realidade.

Os efeitos positivos do amor aparecem em todas as áreas de nossas vidas, como um remédio que não tem contraindicação, ele é instrumento de verdadeiras revoluções na saúde, nas emoções, na nossa energia e vitalidade.

Além de auxiliar o tratamento de doenças, a interação amorosa com amigos e familiares protege a nossa saúde e aumenta a nossa longevidade. Ter uma vida sem amar é viver num mundo com menos brilho e alegria, pois o amor é a mais bela emoção que sentimos, algo inexplicável e incrível.

O amor está aqui para nos ensinar, por bem ou por o mal, que necessitamos uns dos outros, que nossa vida está sempre, de certa forma, na dependência e nas mãos de outros. Impossível sobreviver sozinhos nos dias de hoje. Porém, vivemos numa sociedade que forma pessoas cada vez mais individualistas e egoístas, que possuem dificuldade de se abrir e se doar, de admitir que somos dependentes e incompletos sem outras pessoas, pois o amor nos resta como a única esperança de que laços de solidariedade, empatia e sociabilidade não venham a ser rompidos.

Precisamos treinar amar a tudo e a todos. Precisamos mudar a vibração de ódio para amor. Queremos um mundo livre de guerras, queremos evoluir como pessoas, queremos ser mais felizes e saudáveis, mas para nossa sobrevivência é preciso encontrarmos e vivermos rodeados de mais amor. Muita saúde a todos.

Liciana Rossi é educadora física (licianarossi@terra.com.br)

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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