TEMPORADA

Jundiaí em estado de atenção e tensão pela chuva

Por Nathália Sousa |
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução
A cada chuva, Simone Leão teme o soterramento da residência em que mora, na Vila Marlene
A cada chuva, Simone Leão teme o soterramento da residência em que mora, na Vila Marlene

A previsão do tempo para os próximos dias deixa muita gente tensa em Jundiaí. Isso porque a chuva dos últimos dias já causou alguns estragos e a tendência é de que mais desastres aconteçam pelo encharcamento do solo. Até o fim da semana, é esperada chuva diária na cidade, de acordo com a empresa de meteorologia Climatempo.

A Defesa Civil de Jundiaí informa que o município está em estado de atenção em decorrência do volume de chuva acumulado em alguns pontos da cidade superar o limite de 80 mm em 72h. Somente entre segunda (4) e ontem (5), foram registrados 96,6 mm na Vila Graff/Rio Jundiaí, 83,2 mm no Jardim Tamoio, 62,6 mm no Jardim Florestal, 52 mm na Roseira, 35,8 mm no Santa Gertrudes e 32,8 mm no Fazenda Grande. Pelo órgão, foram registradas a queda de parte de um muro, na região da Vila Progresso, sem vítimas, além da queda de talude na região da Vila Ana.

O muro da região da Vila Progresso foi o da escola municipal Dr. José Romeiro Pereira, conhecida como Geva. De acordo com relatos, o muro caiu durante o temporal. Outro muro que desabou segunda foi o construído para o novo Instituto Federal de Jundiaí, que vem sendo implantado no Residencial Jundiaí II. Pouco antes do muro ceder, foi registrado um vídeo mostrando que a pressão estava fazendo com que a água escapasse pelas frestas dos tijolos. A limpeza da rua, porém, não foi feita pela prefeitura e sim pela empresa responsável pela obra. Já ontem, no Jardim Pacaembu, um trecho da rua Orlando Bagne, que margeia o Rio Jundiaí, cedeu para dentro da água.

MEDO

Moradora da Vila Marlene, Simone Leão se desespera a cada chuva, com o risco iminente de ter a casa soterrada. Simone mora em uma casa cujo quintal tem uma ribanceira nos fundos e, quando chove mais, a terra fica encharcada e pesada. "No final do ano passado, em novembro de 2022, houve um deslizamento de barranco e caíram árvores. O local se tornou de risco para nós moradores e para os moradores da rua de cima, que faz fundo com minha casa. A Defesa Civil esteve no local, interditou o quintal e passou o caso para a Prefeitura de Jundiaí. Aí começou um processo de desapropriação, mas rolou o ano todo e nada foi feito. Estive o ano todo conversando com o pessoal da prefeitura e me diziam que estavam tomando as devidas providências. Pois bem, chegamos no final do ano, nada foi feito e agora a chuva é constante", lamenta.

Em nota, a Prefeitura de Jundiaí informa que, por se tratar de uma área particular, foram tomadas as devidas providências cabíveis pela Divisão de Fiscalização de Obras e a residência segue com o processo de desapropriação em andamento. A Defesa Civil avaliou e interditou parcialmente uma das casas que estão no terreno. A partir do momento em que a área for desapropriada, a prefeitura pretende construir taludes no terreno para a mitigação total de qualquer risco de eventual deslizamento.

MITIGAÇÃO

Nesta terça-feira (5), a Unidade de Gestão de Infraestrutura e Serviços Públicos (Ugisp) fez o desassoreamento das aduelas em um córrego no início da Alameda Cesp. Essa é mais uma das ações realizadas para minimizar os riscos das fortes chuvas, que estão sendo realizadas desde o período de estiagem.

Neste ano, por exemplo, foi feita a limpeza de aproximadamente 5 mil metros de rios e córregos, além de mais de 60 mil bocas de lobo. Toda a cidade segue sendo monitorada pela Defesa Civil com a força-tarefa intersetorial da Prefeitura em alerta.

Registro de pouco antes do muro do Instituto Federal desabar
Registro de pouco antes do muro do Instituto Federal desabar

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