Da identificação do vírus causador da Covid-19 à criação e homologação da primeira vacina não se passou sequer um ano. Com isso, milhões de vidas foram poupadas. Para se ter uma ideia do que isso significa, no caso da poliomielite, por exemplo, esse processo demorou quase meio século.
E não vai parar aí: agora, com a Inteligência Artificial (IA), a medicina é um dos ramos do conhecimento humano que mais vai se expandir. Uma consulta rápida ao Chat GPT, um chatbot on-line de inteligência artificial, deixa isso claro. Nos próximos anos, os avanços previstos envolvem as áreas de diagnósticos, tratamentos e medicamentos, como podemos conferir abaixo.
Diagnóstico e detecção de doenças: algoritmos de IA são capazes de analisar imagens médicas, como radiografias, tomografias e ressonâncias magnéticas, para auxiliar na detecção precoce de doenças.
Personalização do tratamento: a IA pode analisar grandes conjuntos de dados para identificar padrões e prever qual tratamento será mais eficaz para um paciente específico com base em seu histórico médico, genética e outros fatores individuais.
Assistência virtual e diagnóstico remoto: chatbots e assistentes virtuais podem fornecer informações de saúde, agendar consultas e até mesmo oferecer diagnósticos preliminares com base nos sintomas relatados.
Gestão de dados e registros eletrônicos de saúde: sistemas de IA podem ajudar na organização e análise de grandes conjuntos de dados de registros eletrônicos de saúde, fornecendo sugestões valiosas para pesquisas médicas e melhorando a eficiência na gestão de informações clínicas.
Descoberta de medicamentos: a IA pode acelerar o processo de descoberta de novos medicamentos, analisando grandes bancos de dados para identificar moléculas promissoras e prever sua eficácia.
Robótica cirúrgica: sistemas robóticos assistidos por IA podem auxiliar cirurgiões em procedimentos complexos, proporcionando maior precisão e sendo menos invasivo.
Monitoramento contínuo: dispositivos de monitoramento equipados com IA podem fornecer acompanhamento contínuo de pacientes, alertando para mudanças nos padrões vitais e ajudando a prever complicações.
Triagem: sistemas de triagem baseados em IA podem ajudar a priorizar pacientes com base na gravidade da condição, otimizando o uso de recursos médicos.
Educação médica: IA pode ser usada para simulações médicas, treinamento virtual e educação médica, proporcionando uma experiência mais interativa e realista para estudantes e profissionais da saúde.
Esses avanços poderão estar, mundialmente, à disposição de todos. Mas os países que têm o olhar voltado para o futuro, vão estar, como sempre, à frente desse processo.
Nosso País, ao longo da sua história, apesar do seu imenso potencial, tem sido uma nação retardatária. Como diz a economista Zeina Latif, temos o olhar voltado para o passado, e enxergamos com desconfiança essas novidades.
Esse é o passo que precisa ser dado: voltarmos o olhar para o futuro. E nos livrarmos das teias de aranha que tolhem o nosso desenvolvimento.
Jundiaí é um exemplo disso. Nossa cidade tomou decisões pioneiras em setores básicos, como o saneamento e a qualidade do ensino, entre vários outros. E com isso saímos, nos rankings das cidades brasileiras, do grupo de municípios de desenvolvimento médio para o topo.
Essa pode vir a ser também a trajetória do nosso País. Ao invés de voltar nosso olhar para o passado, vamos dar boas-vindas ao futuro.
Miguel Haddad é advogado, foi deputado e prefeito de Jundiaí (miguelmhaddad@gmail.com).