MORATO

Primeira mulher em série de prefeitos tenta cargo de novo

O Andréa Pelizari, que foi prefeita de 2005 a 2008, fala em manter oposição sem ameaçar ‘democracia’

Por Mariana Meira | 31/10/2023 | Tempo de leitura: 2 min
Jornal de Jundiaí

JORNAL DE JUNDIAÍ

Andréa relembra dificuldades para se posicionar politicamente por ser mulher
Andréa relembra dificuldades para se posicionar politicamente por ser mulher

Primeira mulher a assumir a prefeitura do município de Francisco Morato, na gestão de 2005 a 2008, Andréa Pelizari já anuncia sua pré-candidatura para voltar ao Executivo nas eleições de 2024. A informação foi confirmada por ela, em entrevista concedida na tarde de ontem, no programa “Difusora 360”, da Rádio Difusora Jundiaí.

Advogada por formação e vinda de uma família de juristas, Andréa inicia a caminhada para o primeiro pleito pelo Partido Social Democrático (PSD), ao qual é filiada há 5 anos, após 27 no Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). “Sou oposição da atual administração. A questão da saúde está péssima, segurança pública está mal avaliada, lixo também. Temos propostas para mudar isso”, afirmou.

Como representante do Centrão, ela afirma ter nas mãos o desafio de um cenário de polarização deixado pelo bolsonarismo - movimento que, organicamente, tem atraído pelo fato de ela ter o PT como adversário. “E não sei se isso é saudável para a democracia, porque é difícil quando há um atrito muito áspero entre os lados. Democracia é diálogo”, ponderou.

Ela citou alguns desafios à vista para Francisco Morato, que chama de “cidade dormitório”, uma vez que a maioria dos munícipes se desloca diariamente para São Paulo e até mesmo Jundiaí para trabalhar. Também frisou propostas para fortalecer o comércio local, que hoje depende de políticas públicas contra alagamentos, fenômenos comuns na região central, onde estão concentrados esses trabalhadores.

REPRESENTATIVIDADE

Andréa se coloca como oposição da atual prefeita, Renata Sene (Republicanos) - divididas pelas gestões de dois homens, elas são as duas únicas mulheres em uma sucessão histórico de 11 prefeitos, entre eles José Aparecido Bressane, que teve dois mandatos consecutivos.

Apesar de a política já fazer parte da vida da família, a decisão de lançar sua primeira candidatura envolveu insegurança. “Quando lançaram meu nome, foi novidade na época. Tanto que meu nome político desde sempre foi Dra. Andréa, porque eu era muito nova e mulher, então colocamos o ‘doutora’ para dar uma ênfase e assegurar que eu já era formada e tinha bagagem”, relembrou.

O desafio de ter que provar seriedade não foi só no pleito. Segundo ela, mesmo com o apoio da população, internamente, no meio político, a figura feminina enfrentou obstáculos para conseguir governar. “Peguei uma Câmara Municipal bem machista, com um presidente que olhava para mim como quem achava que era ele quem devia estar ali. Fiquei firme e forte, mas foi um embate difícil.”

Ao comentar sobre isso, Andréa mencionou o impeachment sofrido pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT), pela “situação em que ela se encontrava” pelo fato de ser mulher. “E vejam, independentemente de questão partidária, ela foi absolvida, o que prova que era tudo problema político”, frisou.

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