Policiais da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Jundiaí prenderam neste final de semana um homem identificado como autor de um assassinato ocorrido em um sítio em Morungaba, no dia 2 de setembro deste ano. A vítima, um traficante procurado pela Justiça, teria investido sexualmente contra uma adolescente de 13 anos, moradora vizinha ao sítio onde ele foi morto e onde trabalhava como caseiro - ele foi assassinado com três tiros de calibre 12, sendo um na cabeça. A motivação do homicídio, de acordo com a DIG, foi justamente 'vingar' a menina, que era alvo sexual da vítima.
O homem apontado como autor do assassinato é amigo do padrasto da menina e tem várias passagens por crimes diversos, a maioria por roubo e furto. O padrasto, inclusive, também é suspeito de envolvimento e chegou a ser preso, dias após o homicídio, por ocultação de cadáver, já que usou um colchão para atear fogo no corpo, com objetivo de eliminar provas.
ENTENDA
No dia 4 de setembro um cadáver foi encontrado carbonizado em um sítio. Iniciados os trabalhos de investigação pelos policiais civis da DIG, num primeiro momento se apurou que a vítima, de 38 anos, era oriunda do estado do Paraná, vinha trabalhando como caseiro no sítio, e estava sendo procurado pela Justiça por tráfico de drogas.
Com a vítima já identificada e seu histórico criminal descoberto, os policiais passaram a fazer diligencias e oitivas, descobrindo que dias atrás ele havia tido problemas com o sitiante vizinho, pois teria feito investida de cunho sexual contra a enteada dele, de 13 anos. "Ele havia pedido à mãe da adolescente, para que ela preparasse a menina para ele, para que tivessem relação sexual", disse o delegado Marcel Fehr.
Por este motivo, o padrasto da menina havia lhe 'ordenado' que ele fosse embora e não mais retornasse à vizinhança. Porém, no sábado (dia 2) de setembro a vítima voltou ao local, embriagado e armado com um revolver, provocando uma confusão com o vizinho (que recebia visitas em sua casa) e deixando o local em seguida. O morador (padrasto da adolescente), que possuía uma espingarda calibre 12 em sua casa, se armou e ficou aguardando a vítima, caso este retornasse.
Em dado momento, porém, o dono da espingarda foi ao banheiro, momento em que um amigo dele (que estava na casa) se apossou do armamento e foi ao sítio vizinho (onde a vítima morava e trabalhava como caseiro), e cerca de 20 minutos depois retornou dizendo 'ter feito o serviço'. O dono da arma, por sua vez, ficou desesperado e escondeu a espingarda.
No dia seguinte (no domingo, dia 3), ele foi à propriedade vizinha para saber se realmente havia ocorrido o assassinato. "Ao se deparar com o cadáver ferido por três tiros (no abdômen, tórax e cabeça), ele pegou um colchão e jogou sobre o cadáver, ateando fogo com intuito de eliminar provas em seu desfavor", explicou o delegado Marcel Fehr.
Nos dias seguintes os policiais da DIG conseguiram localizar a espingarda no paiol do sítio, tendo o proprietário sido preso em flagrante por porte ilegal de arma e indiciado pela ocultação de cadáver - ele pagou fiança pelo flagrante e responde ao processo em liberdade.
Na sequência, os investigadores identificaram o suspeito de ser o autor dos disparos (amigo do padrasto da jovem), reconhecido fotograficamente por outras pessoas que estavam no sítio, sendo então requerida a prisão temporária dele por 30 dias. O mandado foi cumprido nesta segunda-feira. "Ele tem 49 anos de idade e ostenta vários antecedentes criminais, principalmente pela prática de crimes contra o patrimônio. Para conclusão do caso falta o recebimento de laudos necroscópico do IML e de exame da arma e do local do crime, pelo Instituto de Criminalística", falou Fehr.
O suspeito foi conduzido para a DIG, indiciado e levado para o Centro de Triagem de Campo Limpo Paulista.