Opinião

Sesi-SP apoia na alfabetização

12/09/2023 | Tempo de leitura: 3 min

No ano passado, o Sesi-SP lançou um programa emergencial gratuito destinado às escolas públicas paulistas para ajudar na recomposição dos aprendizados perdidos durante a pandemia de Covid-19. O programa foi um sucesso, durou dois semestres letivos, atingiu 63% das cidades do estado de São Paulo e impactou quase um milhão de estudantes.

Agora, a entidade irá atuar de forma mais perene junto aos municípios numa etapa crucial da educação: a alfabetização. Na sexta-feira, 8 de setembro, Dia Mundial da Alfabetização, o Sesi-SP lançou uma nova iniciativa, o Programa Alfabetização Responsável (PAR).

Por meio da formação de professores e gestores e da utilização de novos recursos pedagógicos, o PAR irá apoiar as redes públicas municipais no desenvolvimento da escrita e da leitura dos alunos, para que ocorram na fase adequada – até o final do 2º ano do Ensino Fundamental.

A alfabetização na idade certa, segundo os especialistas, é muito importante para o pleno desenvolvimento das crianças. É uma meta que está expressa, inclusive, na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Quando o processo de letramento acontece tardiamente, prejuízos para aprendizagens futuras vão sendo acumulados, bem como crescem os riscos de reprovação, abandono e/ou evasão escolar.

A realidade escolar brasileira revela um quadro preocupante. Dos 2,8 milhões de estudantes que concluíram o 2º ano do Ensino Fundamental em 2021, 56,4% foram considerados não alfabetizados, de acordo com o desempenho no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).

Mesmo dados anteriores à pandemia já evidenciavam o grande desafio que é o processo de alfabetização dos nossos alunos. Segundo o Anuário Brasileiro de Educação Básica, a última Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), realizada em 2016, mostrou que menos da metade dos alunos do 3º ano do Ensino Fundamental alcançou os níveis de proficiência suficientes em Leitura (45,3%) e em Matemática (45,5%).

É preciso agir para mudar este cenário, por isso o PAR é muito bem-vindo. O programa irá desenvolver ações para alunos da educação infantil (4 e 5 anos) e dos primeiros anos do Ensino Fundamental (1º e 2º anos) a partir do início do próximo ano letivo. Até final do ano, serão firmados os convênios com as prefeituras que quiserem participar do PAR. Os professores e gestores das redes municipais de ensino que aderirem ao programa vão passar por formação com especialistas do Sesi-SP. A carga será de 30 horas – 16 horas presenciais e 14 horas online.

É importante ressaltar que, para as crianças menores, não se trata de antecipar a alfabetização. Mas de criar a possibilidade de ter experiências e vivências que despertem o desejo de aprender, além da ampliação do repertório por meio de propostas lúdicas, com brincadeiras e jogos.

Trabalhar pela alfabetização na idade certa deve ser uma missão de toda a sociedade. Há bons exemplos aqui no Brasil de sucesso de políticas alfabetizadoras. O Ceará – hoje um destaque na educação básica – passou de uma taxa de alfabetização de 39,9% entre os alunos do 2º ano do Ensino Fundamental, em 2007, para 92,7% em 2019. Prova de que com o trabalho adequado os resultados aparecem.

Vandermir Francesconi Júnior é 2º vice-presidente do CIESP e 1º diretor secretário da FIESP (vfjunior@terra.com.br)

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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