TORCEDORES

Entre a igreja e o estádio: padres compartilham amor pelo Galo

Padres conciliam os trabalhos paroquiais a idas ao estádio e revelam: 'em primeiro lugar Deus, Jesus e a igreja, em segundo, o Paulista'

Por Luana Nascimbene | 27/08/2023 | Tempo de leitura: 3 min
Jornal de Jundiaí

Arquivo pessoal

Logo quando chegou em Jundiaí, Edélcio se apaixonou pelo Paulista
Logo quando chegou em Jundiaí, Edélcio se apaixonou pelo Paulista

"Em primeiro lugar: Deus, Jesus Cristo e a igreja, em segundo o Paulista." Essas foram as palavras do padre Edélcio Francisco Netto para definir seu amor pelo Galo da Japi. Assim como ele, outros padres também compartilham paixão pelo futebol e estão sempre na torcida pelo time do coração.

Edélcio é pároco na igreja Santa Luzia, em Campo Limpo Paulista, e antes de se tornar padre era atleta de futebol e sonhava em ser jogador profissional. "Eu jogava nas categorias de base do Amparo, cidade em que eu nasci. Mas, em 1984, eu entrei para o seminário, em Jundiaí, e fui ordenado padre nove anos depois. Eu segui essa vocação por influência da minha família, que me levava à igreja desde muito cedo", contou o padre.

Logo quando chegou em Jundiaí, Edélcio se apaixonou pelo Paulista e passou a acompanhar os jogos do clube, tanto no Jayme Cintra quanto fora de casa. "Eu sempre fui apaixonado por futebol, então logo que cheguei na cidade comecei a acompanhar o Paulista no Jayme Cintra e também encarei muitos jogos fora de Jundiaí. Sempre junto com a turma do seminário"

Da arquibancada, o padre assistiu os melhores e os piores momentos do Galo, como a conquista da Copa do Brasil, em 2005, a partida contra o River Plate pela Copa Libertadores, em 2006, e o rebaixamento do time à quinta divisão, este ano. "Acompanhei o time em todas as divisões, vivi os momentos de ouro e os rebaixamentos do clube. Aprendi a amar esse time e nunca vou abandoná-lo."

Com a atual situação do Paulista, o padre também deu uma "cutucada" na diretoria. "A gente sabe que o lugar do Paulista não é em uma quinta divisão estadual. A diretoria não está fazendo um bom trabalho e devia pedir para sair."

DO ALTAR À ARQUIBANCADA

Apesar de toda a vontade de ver o time em campo, Edélcio reforça que os compromissos da igreja vêm sempre em primeiro lugar e não é tão fácil conciliar o futebol com a missa. "A prioridade sempre vai ser a igreja. Apesar de não ser tão simples conciliar os jogos do Paulista com os compromissos da paróquia, sempre sobra um tempinho para acompanhar o time. Quando não posso estar no Jayme Cintra ou em outro estádio escuto pela Rádio Difusora",

Assim como Edélcio, o padre Lúcio Carlos Savieto, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, do bairro Novo Horizonte, também revelou sua paixão por futebol. "Sempre gostei de futebol. Antes de ser padre, jogava aos finais de semana com amigos. C<ctk:20>ostumo assistir aos jogos, com preferência pelo futebol brasileiro. Sou palmeirense, mas também torço pelo Paul<ctk:5>ista e, quando não tenho compromisso na paróquia, vou ao Jayme Cintra."

O padre também comentou a dificuldade de conciliar o hobby com os trabalhos pastorais. "É difícil conciliar. Por isso, opto por focar no futebol somente após os trabalhos pastorais. O último jogo que acompanhei foi pela Bezinha de 2022. Esse ano não consegui ir, pois o horário dos jogos coincidiu com os trabalhos pastorais e celebrações da igreja", explicou o pároco.

PADRE DE CATANDUVA

Na última semana, a matéria do Globo Esporte sobre o padre Osvaldo de Oliveira Rosa, que além de pároco também é prefeito de Catanduva e dono do Catanduva Futebol Clube, clube de futebol que disputa a 4ª Divisão do Campeonato Paulista, a Bezinha, repercutiu nas redes sociais e levantou a dúvida sobre o ditado popular "política, religião e futebol não se discutem".

A história de Osvaldo também repercutiu com os padres de Jundiaí e região, que brincaram com a situação. "Fiquei sabendo da história do padre de Catanduva. Se eu tivesse o cacique dele também ajudaria o Paulista e tentaria tirar o time desse buraco (risos)."

Padre Lúcio Savietto e Edélcio Netto em um jogo no Jayme Cintra
Padre Lúcio Savietto e Edélcio Netto em um jogo no Jayme Cintra

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