Já em meados de agosto, o ano 2023 continua andando de lado. Enquanto crescemos, o PIB (Produto Interno Bruto) em 2,3,% no primeiro trimestre, comparado com o trimestre anterior, no segundo trimestre, somente 0,45 %, segundo projeções do IBC - Índice do Banco Central, indicador prévio do índice a ser divulgado oficialmente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
As dificuldades enfrentadas pela China, nosso maior parceiro comercial, com sérios problemas no principal setor da sua economia, a construção civil, que enfrenta problemas de liquidez; o elevado desemprego de jovens e, relativamente, o baixo crescimento econômico, já vem afetando a economia brasileira, com a queda de nossas exportações e retração dos investimentos chineses em nosso país.
O nosso maior parceiro na América do Sul, a Argentina, passa por um desequilíbrio estrutural em sua economia, com uma inflação superior a 100% ao ano; juros básicos também próximos de 100% a.a.; baixo crescimento econômico; desemprego elevado e baixa disponibilidade de reservas em dólares e total instabilidade da sua moeda e o dólar, provocando quedas em nossas exportações para o País.
As indefinições políticas acerca do resultado das "eleições primárias", que irão definir seus candidatos à Presidência da República, conjugadas com a inflação, vem provocando alterações na prática de preços dos bens e, de certa forma, mesmo que parcialmente, paralisando o "mecanismo do mercado", com retração da "oferta", que poderá provocar uma hiperinflação no país e afetar, ainda mais, a economia brasileira.
A Europa e os Estados Unidos, com inflação elevada, juros altos e baixo crescimento econômico. Esses cenários não favorecem a economia brasileira que, ao contrário, perde exportações e investimentos diretos dos estrangeiros.
Aqui, a Bolsa de Valores experimentou quedas sucessivas em treze dias e caiu, em trinta dias, um pouco mais que 5,00 %.
A Reforma Tributária sofreu alterações no Senado Federal e retornou à Câmara dos Deputados para uma nova votação. Importante lembrar que, após a sua aprovação, a sua implementação, como não poderia ser diferente, será lenta, gradual e progressiva, ao longo dos próximos dez anos.
O que vem caminhando bem, além do Agronegócio que poderá crescer mais que 14% neste ato, o Setor de Saneamento Básico tem sido estimulado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), com incremento em seus financiamentos, com prazos e juros favoráveis.
Restando um pouco mais que quatro meses para o final deste ano, muitos desafios estão em aberto, como a Reforma Tributária, com o novo Arcabouço Fiscal e a retificação da política de saneamento básico no País. É preciso trabalhar e acreditar que o ano será positivo.
Messias Mercadante de Castro é professor de economia do Unianchieta, membro do Conselho de Administração da DAE S/A e Consultor de Empresas.