OPINIÃO

A vida do padre é uma constante doação


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O Dia do Padre é celebrado de maneira oficial no Brasil no dia 4 de agosto, sexta-feira próxima, pois é nessa data que ocorre a festa de São João Maria Vianney,  celebrada desde 1929, ano em que o Papa Pio XI o declarou como o padroeiro dos padres e de toda e qualquer pessoa que dedica a sua vida a servir aos mandamentos de Deus.

O sacerdote é visto há muitos e muitos séculos como Seu representante  na Terra. Cabe a ele, entre outras atribuições, a celebração de eventos como missas e batizados. Para muitos que creem na Igreja Católica Apostólica Romana, a sua figura e se equivale e se assemelha muito a de um pai, que inclusive é traduzido como "padre" em diversos idiomas. É aquele que é capaz de interceder com sua autoridade por seus filhos, ou melhor, fiéis, para que o Senhor esteja com eles.

Pode se dizer que a sua vida é um verdadeiro exercício de amor, uma constante doação silenciosa e suas ações devem ser um permanente exemplo e testemunho de como devemos nos portar diante da nossa vida terrena. Além de suas atividades eclesiais, ele dá o apoio e o suporte necessários para que os fiéis tentem seguir em frente e mantenham uma luz sempre brilhante para que eles saibam por que caminhos andar e por onde devem evitar passar.

Tanto que todos nós temos sempre uma boa lembrança dele, quer pelas cerimonias que presidiu, quer por palavras de carinho e conforto. Quando minha filha foi acometida por uma grave doença, tivemos o apoio permanente de Dom Hildebrando, na época responsável pelo Mosteiro São Bento de Jundiaí e até hoje grande amigo da família.

Por isso, o Dia do Padre é um momento de agradecimentos e de contemplação à uma pessoa que é tão humana quanto qualquer um de nós, mas que escolhe o tempo todo fazer a diferença, pregando a palavra de Deus, já que aceitou o seu chamado! E também de reflexão pois vale ressaltar: é muito bom encontrarmos pessoas, independentemente de crença e raça, que respeitam reciprocamente as seitas de cada cidadão, sem quaisquer preconceitos ou discriminações já que o Brasil conta com dezenas de credos religiosos, ligados às culturas dos povos que ajudaram a construir a Nação. Em nosso país todos são livres para seguir qualquer culto, conforme preceito constitucional expresso.

No entanto, mais do que nunca temos que nos conscientizar que o amor próximo e à natureza devem abalizar qualquer devoção. Notadamente numa época na qual a materialização nas relações passou a ser aspecto fundamental e a hegemonia do ter e do parecer, prevalece sobre o ser; o estímulo à futilidade ganha cada vez maior espaço e o exclusivismo, gera um isolamento humano, onde a igualdade fundamental da pessoa é frequentemente violada.

Num momento em que a cidadania é abafada pela ação do poder econômico, ou prejudicada pela instabilidade de nossas instituições, temos que professar nosso credo com autenticidade. De nada adianta nos mostrarmos pessoas religiosas se os atos que praticamos são contrários aos princípios básicos do Direito, da Moral e da Ética. Por inúmeras circunstâncias, nossa sociedade é marcada por gritantes contrastes, descasos, segregação, violência, crimes ambientais e uma série infindável de ocorrências que lesam e impedem a satisfação das mínimas aspirações populares. Esses quadros demonstram que a presença de Deus na vida humana se faz necessária para propiciar o equilíbrio dos justos.

Assim, aliados à nossa fé e à simpatia que temos por determinado crença, devemos alcançar a tão almejada convivência harmoniosa, na qual todos os seres humanos sejam respeitados, independentemente de sexo, raça, situação financeira, posição política e principalmente da religião que adotam.

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário e ex-presidente da Academia Jundiaiense de Letras e da Academia Jundiaiense de Letras Jurídicas (martinelliadv@hotmail.com)

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