Não é de hoje que se tornou comum bandidos reagirem à ação policial, travando confrontos armados, fazendo com que o agente de segurança pública faça uso dos recursos que têm à disposição para neutralizar essa ofensa. Se for alvo de disparos, reagirá na mesma proporção e assim faz amparado pela legislação, pois tem o direito e o dever de combater condutas criminosas, e atuando dessa forma está defendendo não só a sua integridade, como também das pessoas que estão naquele cenário, além da própria sociedade.
Tem chamado a atenção, no entanto, a maneira como os órgãos de imprensa e as mídias sociais estão noticiando esses episódios, uma vez que ao invés de reprovarem a conduta dos marginais – pessoas que vivem fora, à margem da sociedade de bem – preferem rotular como negativa e violenta a ação do policial.
Somente no Estado do Rio de Janeiro morrem mais policiais do que em todos os Estados Unidos da América. O interessante é que quando lá um agente de segurança se envolve em um confronto, ainda mais se for ferido no entrevero, ele é condecorado. As Autoridades, em nome da sociedade, o agradecem pelo seu ato de bravura. Em nossa terra brasileira vemos o inverso. Será malhado pela imprensa, taxado de assassino e investigado exaustivamente por diversos órgãos.
Longe de se incentivar condutas violentas ou ilícitas por parte dos policiais, mesmo porque apenas 4% de todos os homicídios ocorridos em nosso país são fruto de disparos feitos pelos Homens da Lei. Fato é que há uma inversão de valores.
Isso pode ser chamado de "Policiofobia". Estranho né? Mas existe e consiste exatamente em uma aversão por parte de segmentos da sociedade para com os órgãos se segurança pública. É um lamentável preconceito, incentivado pela mídia e propalado em redes sociais, com raízes fincadas em ideologias que pregam liberdade total, aparentemente sem limites.
As consequências da disseminação da falsa ideia sobre a Polícia já são percebidas. Infelizmente, parte da população está sendo contaminada por essa propagação covarde e venenosa, fazendo com que certas pessoas passem a apoiar condutas ilícitas praticadas por "vítimas da sociedade", ao mesmo tempo em que, ao invés de aplaudirem e agradecerem a ação policial, a condenam.
Tem sido comum em páginas de órgãos de imprensa nas redes sociais, comentários de internautas – muitas vezes se valendo do anonimato – ofensivos aos agentes de segurança e às próprias instituições policiais, defendendo claramente os indivíduos que infringiram a lei e por conseguinte, foram alvo de prisão.
Vê-se a falência de valores morais e humanos, naturais de qualquer ser humano, independentemente de suas preferências políticas, religiosas ou sexuais. Isso se aprende em casa, no seio de um lar saudável, em que os pais são espelho e exemplo para os filhos. O crime não tem raça, cor ou credo. É simplesmente a violação de direitos garantidos em lei, que necessitam de reparação e punição.
Se esquecem que a vida cotidiana depende da segurança pública. Quando o crime organizado se mobiliza, com toques de recolher ou atentados, tudo fica paralisado. Não funcionam escolas, ninguém vai ao médico, o comércio fecha as portas. O mundo para. Menos a Polícia.
Como ensina o velho ditado romano: "se vis pacem, para bellum". Se queres paz, apoie a Polícia.
E você, de que lado está ?
Marcel Fehr é Delegado de Polícia do Estado de São Paulo
Comentários
2 Comentários
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Mauro Flauzino Ferreira 01/07/2023Parabéns e muito oportuno pelo comentário.
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Hamilton James 27/06/2023Vivi pra ver o neologismo \"policiofobia\" ser criado. Enquanto as forças de segurança não entenderem os motivos da dita aversão a eles, pouca coisa vai mudar na relação com a sociedade.