OPINIÃO

Por que coisas ruins acontecem com pessoas boas?


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Essa pode ser uma dúvida e muitas vezes um motivo de revolta e descrença em Deus. Muitos podem questionar a bondade do Criador, pensando como pode Ele permitir isso.

Se tivéssemos uma única existência na matéria, Deus não seria bondoso, misericordioso, justo e imparcial, pois seria Ele que nos criaria antes desta única existência e assim escolheria quem passaria ou não por situações ruins ou boas. A Doutrina Espírita nos explica que somos Espíritos imortais, criados por Deus, todos iguais, simples e ignorantes. Que hoje habitamos um corpo físico, mas que já tivemos muitas e muitas existências na carne. Todos temos o livre-arbítrio para tomarmos as nossas decisões, porém estamos submetidos à lei de causa e efeito e, que as adversidades pelas quais eventualmente passamos não são castigos de Deus e sim consequências de escolhas equivocadas que tomamos anteriormente, seja nesta ou em pretéritas encarnações. A reencarnação explica esta e muitas outras questões, abrindo as nossas mentes, ampliando o nosso campo de visão e, fazendo com que passemos pelos nossos problemas de uma maneira muito mais suave, com mais resignação e menos revolta. Ela faz com que enxerguemos nossas vidas sob um outro prisma, tendo consciência da imortalidade do ser.

Todos nós já cometemos muitos erros em nossas encarnações passadas, isso faz parte do nosso processo evolutivo. Dessa forma, muitas dificuldades que acontecem em nossas vidas, são escolhidas por nós antes de encarnarmos, podendo ser provas ou expiações, necessárias para o nosso aprendizado.

Não se deve crer, no entanto, que todo sofrimento suportado neste mundo seja necessariamente indício de uma determinada falta. Muitas vezes são simples provas por nós escolhidas para concluirmos a nossa depuração e acelerarmos o nosso adiantamento. Um Espírito pode, pois, ter adquirido certo grau de elevação, mas, desejando adiantar-se mais, solicita uma missão, uma tarefa a executar, pela qual será tanto mais recompensado, se sair vitorioso, quanto mais penosa haja sido a luta. Tais são, especialmente, essas pessoas de instintos naturalmente bons, de alma elevada, de nobres sentimentos inatos, que parecem nada haver trazido de mau das existências anteriores e que sofrem, com resignação Cristã, as maiores dores, somente pedindo a Deus para suportá-las sem murmurar. Assim, a expiação serve sempre de prova, mas nem sempre a prova é uma expiação.

E como podemos corrigir nossos erros já cometidos sem sofrermos tanto? A resposta é: praticando o amor. Segundo o ensinamento de nosso modelo e guia Jesus Cristo: "O amor cobre a multidão de pecados". Nós sempre teremos que corrigir o que de errado fizemos, mas a prática do amor atenua as nossas dívidas, tornando o nosso fardo mais leve. Emmanuel nos fala através de Chico Xavier: "Toda vez que a Justiça Divina nos procura no endereço exato para execução das sentenças que lavramos contra nós próprios, segundo as leis de causa e efeito, se nos encontra em serviço ao próximo, manda a Divina Misericórdia que a execução seja suspensa, por tempo indeterminado". Divaldo Franco corrobora dizendo: "O bem que fazemos anula o mal que fizemos".

Eduardo Battel é médico urologista, expositor Espírita e Coordenador da Liga de Medicina e Espiritualidade da FMJ

(ebattel@hotmail.com)

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