ROUBO

Homem morto em confronto com GMs teria usado 10 pinos de cocaína momentos antes

A compra e uso da droga, assim como o roubo do carro, ainda serão investigados pela Polícia Civil

Por Fábio Estevam | 27/05/2023 | Tempo de leitura: 4 min
Polícia

DIVULGAÇÃO

O suspeito ainda bateu o carro em uma árvore logo depois de ser baleado
O suspeito ainda bateu o carro em uma árvore logo depois de ser baleado

O homem de 28 anos, que morava na comunidade da Meias Aço, em Jundiaí, e que morreu no Hospital São Vicente, após ser baleado durante troca de tiros com guardas municipais do Tático Motos, durante perseguição, na manhã de sexta-feira (26), havia usado pelo menos 10 pinos de cocaína de uma vez só, segundo contou ao Jornal de Jundiaí e à Polícia Civil, o adolescente que estava com ele e que acabou detido. A declaração dele será investigada.

O adolescente contou ao JJ que foi ele quem venceu a droga, em uma biqueira no bairro Parque Centenário. "Ele usou na minha frente, dentro do carro. Colocou tudo sobre um celular e cheirou tudo. O cara é doido", disse ele, ainda sem saber da morte do homem, no hospital, e enquanto aguardava para ser ouvido pelo delegado da Central de Flagrantes para o registro da ocorrência. "Eu havia acabado de vender a droga para ele. Eu trabalho na biqueira e esse homem comprou de mim 10 pinos de cocaína (R$ 10, cada). Como eu moro no Jardim Fepasa e precisava ir embora, pedi carona a ele dei quatro pinos de cocaína, para que me trouxesse. No meio do caminho ele cheirou os 10 pinos que comprou e guardou os quatro que deu a ele para me levar até em casa. Acho que os que sobraram ele guardou dentro do maço de cigarros".

O homem que havia comprado a droga e entrado em confronto com os guardas, morreu no hospital pouco depois de ser socorrido baleado - uma equipe da própria GM, que estava no apoio a Tático Motos, o levou ao São Vicente.

COMO FOI

O roubo do carro em que o suspeito estava havia ocorrido três horas antes, segundo relatou a vítima, ao JJ. Ela chegava na academia por volta das 5h30, quando, ao estacionar, foi abordada por um bandido armado. "Eu estava estacionando e percebi quando este homem estava mexendo em uma bicicleta. Pensei até que fosse alguém a caminho do trabalho, que estivesse tendo algum problema com a bicicleta dele", disse ela.

A rendição ocorreu logo que ela estacionou e saiu do veículo. "Ele mostrou a arma na cintura e, com muita calma, anunciou o assalto, pedindo a chave do carro e ordenando que eu entrasse no carro, no banco do passageiro, para que pudesse desbloquear meu celular para ele roubar. Nesse momento eu escondi o meu celular na cintura e mostrei apenas o aparelho que uso para o trabalho, e disse a ele que ele poderia levar o que quisesse, mas que no carro com ele eu não entraria".

Ela então entregou o aparelho e, se aproveitando de um carro que estava chegando e estacionando bem próximo de onde eles estavam, decidiu arriscar a vida, justamente para não ser morta. "Eu disse para ele; 'olha, não assuste, mas eu vou sair correndo'. E foi então que eu corri para dentro da academia. Quando eu corri eu achei até que ele fosse atirar, mas optei por levar um tiro, a entrar no carro com ele e acontecer algo pior".

Por volta das 8h30, a GM recebeu informações de que o Polo estava circulando próximo da comunidade da Meias Aço. Várias viaturas passaram a patrulhar, sendo que os guardas Moacir, Rafael e Lemes, do Tático Motos, se depararam com o veículo alvo no início da avenida Prefeito Luiz Latorre, no sentido bairro-centro. Ao JJ, o GM Moacir contou como tudo aconteceu. "Demos ordem de parada, mas ele não respeitou. Começou então o acompanhamento, sendo que em determinado momento ele entrou em uma rua na contra-mão e, logo depois, acessou a rua onde estava sendo realizada uma feira livre. A por conta da feira não era possível prosseguir, então ele manobrou para retornar e acabamos ficando de frente com ele. Foi aí que o rapaz que estava no banco do carona aproveitou para abrir a porta e correr em direção à feira", disse o guarda, que segue. "Nesse momento, o condutor jogou o carro para cima de mim e me acertou na perna. Foi quando eu vi ele apontando a arma na minha direção. Efetuei alguns disparos e acertei dois no ombro, que depois vim a saber que transfixaram para o peito. Ele também chegou a puxar o gatilho".

OUTRO CASO

Este foi o segundo caso de troca de tiros neste mês de maio, em Jundiaí, envolvendo GMs, em que o suspeito foi baleado. No dia 8, na Vila Hortolândia, na região da comunidade da Meias Aço, um homem suspeito de ter roubado um mini-mercado, no Centro de Louveira, horas antes, foi alvejado com um tiro na barriga e outro na perna, ao tentar matar o guarda. Ele chegaram a entrar em luta corporal. Ferido, o homem também foi socorrido pelos agentes ao hospital - ele sobreviveu. Com ele, no carro, havia um comparsa, que conseguiu fugir correndo, atravessando a rodovia João Cereser e se escondendo na Vila Hortolândia.

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