Opinião

Mãe, exercício do amor sem limites

14/05/2023 | Tempo de leitura: 3 min

O maravilhoso dom feminino de acolher uma nova vida em seu ventre, desenvolvê-la, gerá-la e alimentá-la em seu seio se constitui num fator socialmente relevante e de manifesto enriquecimento geral. Com efeito, não há missão mais importante do que a de se doar à formação de seres humanos e cria-los afetiva e moralmente sadios. É por isso que nenhum dicionário define a magia do significado da palavra mãe. No entanto, em todos os idiomas ela traduz igual sentimento: o exercício do amor sem limites.

Apesar de marcada também pelo consumismo, o Dia das Mães, hoje, revela-se numa celebração da vida, pois a maternidade é sua geradora e sua defensora, desde a concepção, até seu fim natural. Sua expressão não se enfraquece com barreiras colocadas pela distância física, pela identificação genética ou pelos padrões de normalidade estabelecidos pela sociedade, pois não há obstáculos intransponíveis à capacidade de demonstrar carinho e dedicação total aos filhos.

Realmente a capacidade de amar das pessoas é sempre digna de respeito e admiração, notadamente pelos atributos que pressupõe: doação, abdicação, afeto e persistência. No entanto, a progenitora ainda é mais venerada, pois além de superar essas características, revela-se numa aptidão consciente da promoção do ser humano em todas as dimensões. Tanto que, se para uns, "ser mãe é padecer no paraíso", para outros, bem mais realistas, trata-se de uma missão mesclada de alegrias, dores, renúncias e felicidade. No entanto, é vivenciar tudo isso e muito mais, e não é fácil traduzir em palavras o que se passa nas profundezas de seu coração.

Cada uma possui uma vivência pessoal, mas são semelhantes nos objetivos que as movem e nos desafios que enfrentam: são elas quem mais sofrem no físico e na alma as dores dos rebentos desempregados, marginalizados, injustiçados, viciados ou afastados por quais motivos. São elas também que estão aos seus lados em todos os momentos, tristes ou alegres, agasalhando em si mesmas, os percalços e os êxitos daqueles que conduziram ao mundo após aninhá-los em seus ventres. Constituem-se em apoio para a vida e em fonte de transformação.

Com efeito, a realidade apresenta inúmeras mulheres que com atitudes positivas, mesmo em meio aos maiores dissabores e tormentos da vida, ensinam-nos que os desafios existem para serem enfrentados com espírito forte e cristão. Com filhos acometidos de graves moléstias ou problemas de deficiência, outorgam-lhes intensa dedicação e manifesto carinho.

Efetivamente, a maternidade é um dom natural de vida, que fortalece a união dos casais, estrutura a instituição da família e se firma como o aspecto principal da dignidade feminina. Merece, por isso, ampla proteção jurídica. Apesar de inúmeras conquistas na área, ainda são visíveis as discriminações contra as funcionárias que engravidam; a falta de recursos para disponibilizar lugares apropriados para amamentação; humilhações como a exigência de provas de laqueadura para obtenção de emprego; a falta de regras mais rígidas para o cumprimento de obrigação alimentar de pais absolutamente irresponsáveis, que transferem às mulheres todos os deveres na criação, subsistência e educação dos primogênitos e muitas outras circunstâncias negativas que comprometem essa importante função social. Cabe a sociedade em geral e aos nossos legisladores, aprimorarem o zelo de tão nobre e especial ministério.

E hoje, no domingo que lhes é dedicado, homenageamos as mães em geral, de diferentes povos, raças e culturas, não só pela constante eloquência de gestos autênticos, como pela imensa sensibilidade e permanente devotamento, inerentes ao poder materno que naturalmente traduz uma história de habilidade insuperável de desprendimento e profunda compreensão do ser humano como obra-prima do Criador.

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor, professor universitário e ex-presidente das Academias Jundiaienses de Letras e de Letras Jurídicas (martinelliadv@hotmail.com)

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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