NEGLIGÊNCIA

Pet shop em Várzea é fechado após denúncias de maus-tratos

Segundo informações, vários animais foram vendidos e começaram a apresentar sintomas de virose, verminose e alguns vieram a óbito

Por Rafaela Silva Ferreira | 12/05/2023 | Tempo de leitura: 4 min
Jornal de Jundiaí

Arquivo pessoal

Adriana Fátima de Oliveira Costa relata a negligência com seu cachorro
Adriana Fátima de Oliveira Costa relata a negligência com seu cachorro

Um pet shop de Várzea Paulista foi lacrado na manhã da última quinta-feira (11), após suspeitas de maus-tratos contra os animais que eram comercializados. A protetora de animais Alessandra Prandi conta que o caso ganhou notoriedade no momento em que vários animais foram vendidos e, dias após a venda, começaram a apresentar sintomas de virose, verminose e alguns até mesmo vieram a óbito. Após repercutir na internet, surgiram inúmeros depoimentos de tutores contra o mesmo estabelecimento.

Alessandra explica que apurando o caso, descobriram que outros tutores tiveram que gastar centenas e até milhares de reais para tratar os animais em clínicas veterinárias. "Os filhotes foram vendidos com carteirinha de vacinação, que contava com CRMV de uma profissional. Agora, estamos averiguando pra descobrir se realmente essa veterinária vacinou esses animais ou se é um CRMV falso."

Também foi constatado que todas as denúncias foram encaminhadas para o secretário do meio ambiente de Várzea Paulista. "Eu registrei boletim de ocorrência e dei ciência ao delegado de Várzea Paulista a respeito das denúncias. Uma vez em posse desse conhecimento, foi feita uma investigação na loja. Com a Secretaria do Meio Ambiente, o Departamento de Bem-Estar Animal de Várzea, constatou alguns medicamentos fora do prazo de validade e coisas irregulares. Os fiscais conduziram essa ocorrência para delegacia e foi elaborada uma diligência. A loja foi lacrada por conta dessas irregularidades."

Em nota, a Prefeitura de Várzea Paulista informou que o estabelecimento foi lacrado por tempo indeterminado, visto que para reabertura do mesmo o proprietário deverá proceder com as adequações e buscar regularização junto aos órgãos municipais. Não houve recolha de animais, visto que foi possível evidenciar o crime de maus tratos no momento da ocorrência.

Os relatórios da interdição serão encaminhados para polícia civil e solicitado investigação para apurar se os animais realmente foram levados na parte da manhã ou se pernoitaram no local. Caso se confirmem as suspeitas de Crime de maus-tratos, o proprietário responderá civil e criminalmente.

DEPOIMENTOS

Adriana Fátima de Oliveira Costa conta que seu filho e sua nora passaram por uma situação como essa com o pet shop, mas não quiseram dar continuidade no caso para 'evitar dores de cabeça'. "Eles compraram um cachorro da raça Dachshund e a documentação não foi entregue no dia. Foram orientados para retirar no dia seguinte. Quando viemos pra casa, percebemos que o cachorro estava com diarreia, mas achamos que era porque ele era novinho e tinha acabado de ser desmamado, como eles haviam dito no pet shop. Quando voltamos para buscar o contrato, o comprovante de vacinação e avisar de que o cachorrinho não estava bem, somente entregaram um comprimido e disseram não saber onde estava a carteira de vacinação dele."

Adriana conta que voltaram para casa e o cachorro piorou. "Levamos no veterinário que suspeitou de Cinomose e pediu a internação dele. Ninguém sabia se ele ia sobreviver. Após os exames, veio a confirmação da doença."

Felizmente, o cachorrinho hoje está bem. Um contato foi feito com o proprietário do pet shop sobre o caso, que foi arrogante e bloqueou os números da família.

O metalúrgico Lucas conta que comprou o Biscoito, um gato persa, no estabelecimento, mas, na verdade, acredita que o livrou de lá. "O que me motivou a tirar o gato de lá foi a situação que eu o encontrei. Quando o vi, foi amor à primeira vista. Levei ele para casa, e minha esposa e eu percebemos que ele estava com diarreia, abaixo do peso e com sarna de ouvido. Eu entrei em contato com o pet shop e eles falaram que eu poderia ir buscar os medicamentos para o ouvido dele. Mas com o tempo, o Biscoito não melhorava", pontua.

Os tutores sabiam que o gato não estava bem, mas o dono do estabelecimento se recusou a dar assistência. "Ele simplesmente me disse que não e que era para procurarmos a justiça."

O Biscoito tinha um irmãozinho, que foi solicitado pelo tutor para alguns exames e tentar descobrir se a doença do Biscoito poderia ser hereditária. "Eu falei para ele que precisava do filhote pra chegar em um diagnóstico conclusivo, porque o que o meu animal estava apresentando era algo raro. Ele negou e ainda disse para nós levarmos um laudo pra ele que comprovasse que tinha culpa do Biscoito estar doente."

Infelizmente, o caso do Biscoito não foi resolvido e ele veio a óbito. "Ficamos muito abalados pela forma como o dono estabelecimento falou comigo, pela forma como eu vi o quanto o meu animal sofreu e não consegui chegar a uma conclusão antes que ele morresse. Por ordens judiciais, eu não pude nem optar pela eutanásia. O Biscoito foi para a necrópsia e agora eu estou aguardando o laudo."

PET SHOP

Após a polêmica, por meio de redes sociais, a equipe do pet shop se posicionou através de uma nota. "Nota de esclarecimento. Como todas as empresas, também podemos sofrer com calúnias e difamações.

Amigos e clientes, tivemos hoje uma calúnia que nosso jurídico já está entrando com a polícia para derrubar a postagem. Melhor prova é o filhote [de outro caso] sendo entregue com a pele linda, brilhante, gordinho e os olhos super brilhantes. Agradeço a todos os clientes e amigos que estão me enviando mensagem. Quando ele fizer a retratação, informo a todos"

1 COMENTÁRIOS

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  • Mônica
    12/05/2023
    Esse é apenas um dos inúmeros motivos os quais não devemos comprar animais. Quem ama de verdade adota, é não compra!