Opinião

Hoje é o Dia Mundial do Livro

23/04/2023 | Tempo de leitura: 3 min

Numa época em que tudo gira em torno do mundo virtual, ler, para alguns, tornou-se uma prática quase impossível. Acostumados desde pequenos apenas a comandar seus aparelhos e computadores, afastaram-se do mundo maravilhoso da leitura. E não adianta justificar que se pode efetivar tal hábito pela informática, que nunca será a mesma coisa que o contato com os livros, nem o encanto será idêntico ao extraído das páginas manuseadas.

Por isso mesmo, destacamos que a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) escolheu 23 de abril, hoje, como o Dia Mundial do Livro em 1995, em Paris, durante o seu XXVIII Congresso Geral, por ter sido a data da morte de três grandes escritores da história, William Shakespeare, Miguel de Cervantes e Inca Garcilaso de la Veja. A celebração também se inspirou na tradição catalã de dar uma rosa para quem comprar um livro no dia de São Jorge (23 de abril), sendo que trocar flores por eles já se tornou um salutar hábito em outros países.

Além de homenagear e destacar a importância da Literatura e dos escritores através dos séculos, a comemoração também busca conscientizar as pessoas sobre os prazeres da leitura. Com efeito, desde a Antiguidade, a obra literária é a grande companheira do ser humano, que através dela, pode adquirir os mais diversos conhecimentos. Tem sido de grande relevância para o desenvolvimento das sociedades e para o crescimento intelectual do ser humano, permitindo-lhe registrar fatos relevantes da sua história, tornando-se um dos maiores vetores da sabedoria geral.

Uma data que deveria ser reverenciada com ênfase, já que a literatura se constitui num instrumento de educação e formação do ser humano, tendo importante função social. Infelizmente no Brasil ela não é algo comum e os seus cidadãos não possuem o hábito de lerem. No entanto, o maior desafio enquanto Nação, o de apagar os vestígios indesejáveis da ignorância, da injustiça e miséria, passa pelo acesso de todos à educação que tem nos livros e nos autores, seus maiores meios de consolidação.

A leitura, que permite a autonomia social do indivíduo, estimula seus conhecimentos e ajuda a refletir sobre seu pensamento a respeito do mundo e de si mesmo, precisaria ser mais difundida, a exemplo de outros lugares do mundo. Com efeito, diz-se que "a literatura é a arte da palavra". Tal conceito diz respeito ao trabalho com a linguagem pelo artista literário (escritor, poeta, entre outros), criando certo efeito estético na obra literária. Tanto uns, como outros são necessários à efetivação cultural que se pretende para o nosso desenvolvimento. E ambos sempre se reciclam, m<ctk:-10>esmo diante de todas as dificuldades impostas pelo consumismo desenfreado e pela com<ctk:-5>unicação virtual, mantendo-se vivos e atuantes.

Mesmo com a utilização plena e quase total da internet, muita gente se mantém fiel aos livros, sendo diversos já publicados "on-line",  mostrando que a evolução dos meios de comunicação e da própria tecnologia não impediram que as pessoas se afastassem do maravilhoso costume de ler. Eles realmente transmitem ideias, sonhos, fantasias, realidades e tantos outros atributos através das palavras, propiciando-nos entretenimento e educação, desenvolvendo a criatividade, a imaginação e a aquisição de valores.

Direitos autorais - A criação do ser humano é resguardada de forma que lhe sejam assegurados os direitos patrimoniais e morais sobre sua obra intelectual. A legislação dos direitos autorais no Brasil – 9.610 de 19 de fevereiro de 1998, a qual sofreu alteração pela Lei n. 12.853 de 2013 - assegura ao autor, por exemplo, a proteção de seus trabalhos, o direito de obter os créditos por sua criação, de não te-las modificadas sem autorização prévia e de ser remunerado por terceiros que queiram utilizá-las. Hoje também se comemora o Dia dos Direitos Autorais que tem por objetivo principal amparar a atividade criativa das pessoas nas áreas literária, científica e artística.

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário e ex-presidente das Academias Jundiaienses de Letras e de Letras Jurídicas (martinelliadv@hotmail.com)

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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